Brahms e Beethoven numa tarde à beira-mar

O Festival Internacional de Música (FIME) encerra na próxima sexta-feira.

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Nota positiva para o violinista Daishin Kashimoto, que mostrou maior presença no concerto do que no trio de Brahms dr

O concerto com que Espinho concluiu o quarto e penúltimo fim-de-semana da 42ª edição do seu Festival Internacional de Música (FIME) teve uma primeira parte de música de câmara e uma segunda com orquestra, com um interessante programa com o qual se pretendia representar a esfera privada (um violino, um violoncelo e um piano que facilmente se consegue imaginar numa sala familiar, no século XIX) e o seu cruzamento com a esfera pública (a mesma formação a dialogar com uma orquestra, que se imagina no contexto de uma sala de concertos).

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O concerto com que Espinho concluiu o quarto e penúltimo fim-de-semana da 42ª edição do seu Festival Internacional de Música (FIME) teve uma primeira parte de música de câmara e uma segunda com orquestra, com um interessante programa com o qual se pretendia representar a esfera privada (um violino, um violoncelo e um piano que facilmente se consegue imaginar numa sala familiar, no século XIX) e o seu cruzamento com a esfera pública (a mesma formação a dialogar com uma orquestra, que se imagina no contexto de uma sala de concertos).

Daishin Kashimoto e Éric Le Sage, que na sexta-feira haviam já interpretado a segunda sonata para violino e piano de Brahms (entre outras obras), juntaram-se no domingo ao violoncelista Claudio Bohórquez para fazer soar uma das mais belas obras do repertório camarístico, o Trio op. 8 nº 1, do mesmo compositor.

Brahms é sempre belíssimo, mesmo quando lhe falta uma pequena dose de ousadia na interpretação. Não obstante a qualidade dos músicos e a naturalidade com que tocaram, foi essa a sensação de não arrebatamento que este trio deixou.

Um pouco mais difícil do que o trio de Brahms foi, porém, o Triplo Concerto op. 56 de Ludwig van Beethoven. A obra é em si mesma de uma escuta menos óbvia, mas a inicial insegurança da Orquestra Clássica de Espinho (OCE) não facilitaram a tarefa ao ouvinte. E não é claro se o maestro Alpaslan Ertungealp poderia ter puxado muito mais pela orquestra, toda ela bastante jovem mas, salvo um ou outro elemento dispersos em diferentes naipes, caracterizada por uma prudência quase excessiva e pouco conciliável com a tarefa de fazer música.

Nota positiva para o violinista Daishin Kashimoto, que mostrou maior presença no concerto do que no trio de Brahms, agarrando com espírito o terceiro andamento. A própria orquestra acabava por atingir o último andamento mais solta, imprimindo-lhe alguma da energia que aquele Rondó exige e arrancando ao numeroso público presente palmas suficientes para quatro regressos ao palco.

Com um programa bem diferente, o Festival Internacional de Música (FIME) encerra na próxima sexta-feira com mais um concerto da Orquestra Clássica de Espinho, com o harpista colombiano Edmar Castañeda, sob a direcção de Cesário Costa.