“Há uma moda de Portugal em França”, diz Marcelo. E Costa subscreve

Em perfeita sintonia, Presidente e primeiro-ministro fazem um balanço positivo da visita conjunta. Tanto nas relações entre os dois países como no abraço às comunidades. E até no clima político nacional.

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Dupont e Dupond. Com algumas horas de diferença, o Presidente da República e o primeiro-ministro fizeram o mesmo balanço da visita conjunta a França, onde estiveram três dias a comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A sintonia é tão completa que nem se chega a perceber de quem foi a ideia deste gesto inédito: se Marcelo Rebelo de Sousa o pensara, já António Costa há um ano prometera aos emigrantes portugueses voltar à Festa da Rádio Alfa, o maior evento da comunidade lusa na região de Paris, que decorreu este domingo.

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Dupont e Dupond. Com algumas horas de diferença, o Presidente da República e o primeiro-ministro fizeram o mesmo balanço da visita conjunta a França, onde estiveram três dias a comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A sintonia é tão completa que nem se chega a perceber de quem foi a ideia deste gesto inédito: se Marcelo Rebelo de Sousa o pensara, já António Costa há um ano prometera aos emigrantes portugueses voltar à Festa da Rádio Alfa, o maior evento da comunidade lusa na região de Paris, que decorreu este domingo.

Se tivessem falado ao mesmo tempo, teria sido como nos livros de Tintim, em que os dois irmãos gémeos se repetem e completam as frases um do outro. “Senti que há uma moda de Portugal em França, assim como há uma redescoberta dos franceses em Portugal, no turismo, no investimento imobiliário, nas relações comerciais que nunca tivemos com esta expressão”, afirmou Marcelo aos jornalistas de manhã, no único ponto da agenda oficial em que Costa não participou – uma visita à delegação da Fundação Calouste Gulbenkian.

“A França está hoje a redescobrir Portugal, não só através da nossa comunidade, mas também pela exposição de Amadeo de Souza Cardoso no Grand-Palais e de arquitectura portuguesa na Cité de l’Architecture. No ano passado, tivemos dois milhões de turistas franceses em Portugal, a França é hoje o nosso segundo cliente e o nosso terceiro fornecedor, num incremento de relações económicas”, concretizou António Costa ao fim da tarde, já durante visita à exposição do grande pintor modernista.

“A França sente que é um parceiro muito qualificado de Portugal e Portugal percebe que a França é muito importante. E temos uma convergência de posições sobre a Europa, na parte importante que é a questão financeira e orçamental, como sobre todos os grandes temas europeus”, sublinhou Marcelo, lembrando a garantia recebida pelo presidente François Hollande de que a França estará ao lado de Portugal na oposição às sanções que a Comissão Europeia pondera aplicar por violação do défice orçamental.

Costa especificou que o tema das sanções a Portugal não foi tratado na reunião do Eliseu, mas foi um assunto a que o presidente Hollande se quis referir espontaneamente, “e que corresponde à visão de muitos outros membros do Conselho Europeu, do presidente do Parlamento Europeu, uma visão positiva de que a Europa se constrói de modo solidário e não criando problemas artificiais”. E acrescentou que a visita do chefe de Estado francês em finais de Julho a Lisboa “vai ser uma grande oportunidade para reforçarmos os laços de cooperação económica e desenvolvermos o trabalho conjunto e a visão comum da Europa”.

Ambos enalteceram também a adesão da comunidade portuguesa de Paris às comemorações do Dia de Portugal, tanto porque “superou as expectativas”, como disse Marcelo, como porque, segundo Costa, “é muito importante para todas as comunidades portuguesas sentirem este carinho por parte do Estado, e também para nós, porque as comunidades são um grande activo de Portugal no mundo”.

Os dois sublinharam ainda o desejo comum de consensos alargados na política nacional. Mas foi de Costa a expressão mais veemente: “Hoje temos serenidade política em Portugal, encerrámos o ciclo eleitoral com a eleição do Presidente da República, temos uma maioria tranquila, que funciona, podemos olhar para este ciclo político com um horizonte de legislatura. O tempo da crispação acabou”.