Petição tenta travar construção de mesquita na Mouraria mas é acusada de islamofobia

Signatários querem reverter o processo de demolição de dois prédios na Mouraria com vista à construção de uma nova mesquita.

Foto
O terceiro ponto da petição está a gerar alguma polémica Enric Vives-Rubio/PÚBLICO

A construção de uma nova mesquita na zona da Mouraria continua a gerar contestação e já circula uma petição “com vista à revogação imediata da decisão”. Apesar dos sucessivos pedidos do proprietário dos imóveis, a Câmara Municipal de Lisboa avançou nesta segunda-feira com a posse administrativa de dois prédios na Rua do Benformoso, onde irá ser construída a futura mesquita da Mouraria, em Lisboa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A construção de uma nova mesquita na zona da Mouraria continua a gerar contestação e já circula uma petição “com vista à revogação imediata da decisão”. Apesar dos sucessivos pedidos do proprietário dos imóveis, a Câmara Municipal de Lisboa avançou nesta segunda-feira com a posse administrativa de dois prédios na Rua do Benformoso, onde irá ser construída a futura mesquita da Mouraria, em Lisboa.

A petição argumenta que Portugal é “constitucionalmente um estado laico”, e por isso “não se afigura legal que estejam envolvidos dinheiros públicos num projecto que prevê a construção de um complexo que integra um templo religioso”. Ora, o projecto da autarquia prevê uma despesa de 1,5 milhões de euros na construção da mesquita e 1,4 milhões de euros para as indeminizações. Contas feitas, a obra representará um custo de três milhões de euros.

Além disso, os signatários argumentam que a obra “vai colidir com os tipos de construções existentes na zona, contribuindo para a descaracterização da cidade, já muito ferida por erros anteriores”.

Ao início da tarde desta quarta-feira, a petição já contava com mais de 4700 assinaturas. Não obstante, o teor do terceiro ponto está a gerar alguma contestação, uma vez que argumenta que "a construção do dito templo estará manifestamente a contribuir para o alarme social, tendo em conta a situação de expansionismo do extremismo islâmico que se vive no Médio Oriente e Norte de África e que ameaça Portugal".