A vida na rua

O faz-de-conta acaba por prevalecer sobre a crueza, neste filme em que Richard Gere dá corpo a um sem-abrigo.

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Desde a estreia (O Mensageiro) que Oren Moverman não é um cineasta “neutro”, embora o segundo filme, Rampart, tenha sido semi-falhado.

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Desde a estreia (O Mensageiro) que Oren Moverman não é um cineasta “neutro”, embora o segundo filme, Rampart, tenha sido semi-falhado.

Viver à Margem, outro filme que vai buscar o título original à música (Time Out of Mind é um disco de Bob Dylan, e Moverman foi co-argumentista do I’m Not There de Todd Haynes…) é um projecto peculiar que parcialmente falha pelas razões que fazem a sua peculiaridade: Richard Gere é um rosto demasiado conhecido para não criar um efeito na relação entre o espectador e a vida de sem-abrigo que, no filme, é a sua. Embora o filme tenha um tratamento da vida na rua com uma certa crueza, há sempre esse amparo a lembrar-nos da ficção e do “faz-de-conta”, com os rodriguinhos da narrativa a, finalmente, prevalecerem.