Ministério Público português acompanha o caso Panama Papers

Procuradoria-Geral da República sublinha que será aberto inquérito se forem detectados indícios de crime. Pelo menos um português é mencionado nos documentos revelados.

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Inquérito à CGD nas mãos da PGR Daniel Rocha

O Ministério Público português está a acompanhar o caso Panama Papers que envolve um número ainda indefinido de figuras da política, das empresas, do desporto e das artes, no contexto de um escândalo internacional de lavagem de dinheiro através do envio de capitais para offshores daquele país da América Central.

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O Ministério Público português está a acompanhar o caso Panama Papers que envolve um número ainda indefinido de figuras da política, das empresas, do desporto e das artes, no contexto de um escândalo internacional de lavagem de dinheiro através do envio de capitais para offshores daquele país da América Central.

“O Ministério Público está a acompanhar a situação, recolhendo elementos e procedendo à respectiva análise”, disse a Procuradoria-Geral da República (PGR) dando conta de que só será formalmente aberto um inquérito caso sejam recolhidos indícios de eventuais crimes. “Se desses elementos resultarem factos susceptíveis de integrarem a prática de crimes, o Ministério Público, como sempre, não deixará de agir em conformidade.”

Pelo menos um português surge citado, para já, nos 11,5 milhões de documentos revelados domingo pelo Süddeutsche Zeitung e o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. Trata-se de Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, um empresário de Vouzela dono de um conglomerado de nome Lusitania Group, composto por 14 empresas sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, entre 2003 e 2011.

Em Maio de 2011, um procurador-geral brasileiro refere num relatório que o empresário transferiu 8,8 milhões de euros para uma conta na Suíça mantida por João Augusto Rezende Henriques, associado ao PMDB, o maior partido do Brasil.