Críticos da líder asseguram um quarto do Conselho Nacional

Lobo d'Ávila conseguiu eleger 16 nomes.

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MARTIN HENRIK

A lista de Assunção Cristas ao Conselho Nacional obteve 77% enquanto  a lista encabeçada por Filipe Lobo d’Ávila conseguiu 23%. A lista alternativa elegeu directamente 16 nomes (a da direcção conseguiu 54) para o órgão máximo entre congressos. Já a comissão política liderada por Assunção Cristas (em que havia uma lista única) foi eleita por larga maioria – 95,59% dos votos.

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A lista de Assunção Cristas ao Conselho Nacional obteve 77% enquanto  a lista encabeçada por Filipe Lobo d’Ávila conseguiu 23%. A lista alternativa elegeu directamente 16 nomes (a da direcção conseguiu 54) para o órgão máximo entre congressos. Já a comissão política liderada por Assunção Cristas (em que havia uma lista única) foi eleita por larga maioria – 95,59% dos votos.

O resultado deixou o grupo de Filipe Lobo d’Ávila muito satisfeito, já que o próprio deputado, Altino Bessa e António Loureiro têm lugar no Conselho Nacional por inerência, o que leva ao aumento do número de centristas deste grupo que passam a fazer parte daquele órgão.

Para o Conselho de Jurisdição, a lista de Assunção Cristas, liderada por António Carlos Monteiro, conseguiu eleger seis membros, enquanto a de Lobo d'Ávila conseguiu um elemento, Pedro Nunes de Melo.

O grupo de Filipe Lobo d’Ávila para o Conselho Nacional elegeu Altino Bessa, líder da distrital de Braga, seguido do ex-secretário de Estado João Casanova de Almeida, o ex-deputado Raul Almeida, António Loureiro, presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Paulo Almeida, líder da distrital de Coimbra, e o director regional da Segurança Social de Braga, Rui Barreira. 

Os proponentes chegaram a recuar na decisão de avançar com uma lista alternativa,, mas depois do jantar de sábado deu-se uma reviravolta. Muitos centristas abordaram elementos deste grupo para propor nomes para esta candidatura alternativa. A proposta inicial só tinha 70 nomes e a final somava mais de 100.

Uma das divergências que fez o grupo avançar para o Conselho Nacional tem a ver com a quota nacional na escolha dos deputados para as listas. A moção de Filipe Lobo d’Ávila defendia que a presidência do partido só deve poder escolher metade dos eleitos da última eleição para permitir promover o trabalho local do CDS. No sábado à noite, já depois de a decisão da lista ser conhecida, Filipe Lobo d’Ávila chegou a falar com Assunção Cristas, mas já não voltou atrás.

Na comissão política nacional, Assunção Cristas só manteve Nuno Melo e Nuno Magalhães, este por inerência. Subiram a vice-presidentes Adolfo Mesquita Nunes e Cecília Meireles que já faziam parte da comissão executiva, o órgão mais restrito de consulta do líder.

O maior sinal de união do partido foi o convite a Filipe Anacoreta Correia, que durante anos foi o rosto crítico da direcção de Paulo Portas. Faz parte agora da comissão executiva ao lado de Pedro Mota Soares (que deixa de ser vice-presidente) e de Álvaro Castelo Branco, líder da distrital do Porto. Entram para este órgão Teresa Anjinho, ex-deputada, Ana Rita Bessa, deputada, e João Rebelo, que há anos estava afastado dos órgãos do partido, Manuel Isaac, líder da distrital de Leiria, Miguel Morais Leitão, antigo secretário de Estado de Paulo Portas, e Miguel Moreira da Silva, que era conselheiro nacional. Saíram Hélder Amaral, vice-presidente da bancada, e Paulo Núncio, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

A outros dois vice-presidentes que deixaram o cargo foram distribuídas novas funções: João Almeida é porta-voz e Diogo Feio é director do Gabinete de Estudos.

Cumprindo a promessa de renovação, Assunção Cristas anunciou sete novos membros para a comissão política nacional vindos da sociedade civil, dos quais seis independentes: As professoras universitárias Mariana França Gouveia e Raquel Vaz Pinto, o economista e administrador hoteleiro Filipe Santiago, o gestor agroalimentar e engenheiro agrónomo João Basto, o advogado Duarte Goes, o fiscalista Samuel Almeida e a gestora da Caixa Geral de Depósitos Marta Arruda Teixeira (que já era militante).

A presidência do Conselho Nacional volta a ser ocupada por Telmo Correia para mas António Lobo Xavier é o primeiro nome da lista. O antigo líder parlamentar do CDS estava há vários anos afastado da vida partidária. Para presidir à mesa do congresso, a nova líder preferiu também a continuidade e manteve Luís Queiró.