Fátima Patriarca: Portugal perde uma académica de excepção

Presidente da República enviou mensagem de condolências à família.

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O funeral de Maria de Fátima Patriarca parte neste domingo da Basílica da Estrela, em Lisboa, para Rio de Mouro, em Sintra DR

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou neste sábado a morte da historiadora Maria de Fátima Patriarca, de 72 anos, sublinhando que "Portugal perde uma académica de excepção".

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou neste sábado a morte da historiadora Maria de Fátima Patriarca, de 72 anos, sublinhando que "Portugal perde uma académica de excepção".

Na mensagem de condolências enviada à família, e publicada na página da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa recorda que a historiadora e investigadora "produziu textos marcantes sobre os movimentos sociais do século XX português".

Entre outros, Fátima Patriarca escreveu livros sobre a questão social no salazarismo e a revolta do 18 de Janeiro de 1934, "que são actualmente obras de referência na historiografia do Estado Novo", recorda o Presidente.

"Com a sua morte, Portugal perde uma académica de excepção, que de forma tão discreta quanto admirável deu um contributo fundamental para a compreensão da História Contemporânea do nosso país", escreveu o Presidente da República na nota de condolências.

Maria de Fátima Patriarca morreu na sexta-feira, em Lisboa, e o funeral realiza-se neste domingo, da Basílica da Estrela, pelas 9h, em direcção a Rio de Mouro, no concelho de Sintra, onde se realiza a cerimónia de cremação.

Nascida na freguesia de Couço, no concelho ribatejano de Coruche, Fátima Patriarca formou-se pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, em 1967, e licenciou-se em Sociologia, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, em 1980.

Em 1992, entrou para o quadro do Instituto de Ciências Sociais, como investigadora auxiliar e, em 1999, passou, após concurso público, a investigadora principal do ICS, tendo em Outubro de 2005 passado ao estatuto de jubilada.

Segundo o ICS, as suas áreas de investigação eram, primeiro, em Sociologia Industrial e, depois, em História Social.

No ICS, com a investigadora Maria Filomena Mónica, criou o Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras, que se designou posteriormente Arquivo de História Social do ICS, do qual foi responsável científica entre 1999 e 2005.

Fátima Patriarca foi membro do Conselho de Redacção do Boletim de Estudos Operários, publicação bianual do ICS (1982-1987), e, em 1989, foi representante eleita dos investigadores do ICS à Assembleia Constituinte da Universidade de Lisboa.