Dia de manifestações anti-islão do Pegida abaixo das expectativas

Dresden e Praga foram as duas cidades em que houve maiores protestos.

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Milhares de pessoas participaram neste sábado em manifestações contra os refugiados e migrantes em vários países europeus, promovidas pelo movimento alemão anti-Islão Pegida, que está a tentar criar uma rede europeia. Dresden, a cidade da Alemanha de Leste onde nasceu, e Praga, foram os locais onde conseguiu reunir mais gente, mas ainda assim abaixo do esperado.

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Milhares de pessoas participaram neste sábado em manifestações contra os refugiados e migrantes em vários países europeus, promovidas pelo movimento alemão anti-Islão Pegida, que está a tentar criar uma rede europeia. Dresden, a cidade da Alemanha de Leste onde nasceu, e Praga, foram os locais onde conseguiu reunir mais gente, mas ainda assim abaixo do esperado.

Em Dresden, o movimento de extrema-direita Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente – o nome completo do Pegida – terá conseguido reunir entre 6000 e 8000 pessoas, segundo os cálculos feitos pela universidade local, diz a AFP. A polícia recusa-se a fazer estimativas sobre as manifestações que o grupo costuma fazer todas as segundas-feiras. De qualquer forma, o protesto abrilhantado por inúmeros cartazes com a chanceler Angela Merkel, alvo preferido por ter aberto as portas aos refugiados da guerra na Síria, ficou abaixo das 15 mil pessoas que a polícia previa.

Em Praga, na República Checa, cerca de 5000 pessoas concentraram-se frente ao castelo de Praga – a residência oficial do Presidente Milos Zeman, que é crítico do Islão, da abertura da Europa aos migrantes e da própria União Europeia. Zeman discursou em Novembro num comício convocado pelos organizadores destas manifestações simultâneas em 14 países europeus, que estão a ser promovidas por Tommy Robinson, ex-líder da Liga de Defesa Inglesa, outro movimento identitário.

“Hoje em dia é mais difícil fazer lavagens ao cérebro, mas isso não quer dizer que não se façam”, afirmou então Zeman, no relato feito pelo investigador de temas de extrema-direita britânico Jamie Bartlett no jornal The Telegraph. “Não podem silenciar-nos com insultos como ‘islamofóbico’ ou ‘xenófobo’ ou ‘fascista’. Um insulto não é um argumento”, afirmava o Presidente checo.

Em Calais, a cidade do Norte de França onde se acumulam migrantes a tentar passar para o Reino Unido, foram detidas cerca de 20 pessoas, porque houve confrontos com a polícia, quando um general na reforma, Christian Piquemal, ex-comandante da Legião Francesa, tentou discursar para os manifestantes anti-imigração e foi impedido, relata a AFP. O ministro do Interior francês tinha proibido a manifestação do Pegida, e também manifestações anti-Pegida, por receio de violência. Tem havido ataques ao acampamento dos migrantes nos últimos dias.

Houve também confrontos na Holanda, em Amsterdão, onde o Pegida tentou realizar a sua primeira manifestação, e também em Dublina, na Irlanda.

Realizaram-se ainda manifestações em Graz (Áustria), Varsóvia, Bratislava, Birmingham e vários países nórdicos, sem notícia de violência ou confrontos, embora praticamente em todas as cidades se tenham realizado contraprotestos, diz a AFP.