Trump acusa Cruz de "fraude" e quer repetição da votação no Iowa

"Ele tem muita dificuldade em perder", disse o senador do Texas, que venceu a primeira votação. A poucos dias das primárias da New Hampshire, há mais uma desistência no campo republicano, Rick Santorum.

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Trump passou 24 horas a remoer a derrota e não a aceita Jacob Slaton/Reuters

Na madrugada de terça-feira, Donald Trump disse que foi "uma honra" ter ficado em segundo lugar no Iowa. Mas depois de passar 24 horas a remoer o resultado, acusou o primeiro classificado, Ted Cruz, de ter cometido "fraude" e exigiu nova votação ou a anulação dos votos do rival na corrida pela nomeação como candidato republicano à presidência dos Estados Unidos.

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Na madrugada de terça-feira, Donald Trump disse que foi "uma honra" ter ficado em segundo lugar no Iowa. Mas depois de passar 24 horas a remoer o resultado, acusou o primeiro classificado, Ted Cruz, de ter cometido "fraude" e exigiu nova votação ou a anulação dos votos do rival na corrida pela nomeação como candidato republicano à presidência dos Estados Unidos.

"Ted Cruz não ganhou no Iowa, roubou a eleição. Foi por isso que nenhuma sondagem acertou nos resultados e foi por isso que ele teve muitos mais votos do que o previsto", disse Trump. Pouco antes, publicara um tweet, que depois foi apagado, em que acusava o adversário de vitória "ilegal".

Na base da acusação estão erros – ou ilegalidades, depende de quem está a comentar – cometidos pela campanha de Ted Cruz, o senador do Texas que representa a facção ultraconservadora do Partido Republicano conhecida por Tea Party. No dia da votação, terça-feira, Cruz e os seus conselheiros puseram a circular a informação, falsa, de que Ben Carson suspendera a sua campanha, canalizando votos para o texano. O lado de Cruz emitiu um pedido de desculpas a Carson, disse que foi um "mal-entendido".

Já em New Hampshire, onde se realiza a segunda votação do processo de selecção dos dois candidatos de cada partido nas eleições de Novembro, Cruz foi confrontado com a reacção de Trump. Atacou-o como nunca o fizera, relata o jornal The New York Times, acusou-o de ser uma pessoa "que tem muita dificuldade em perder" e disse que alguém como Trump não pode estar ao pé do "botão", referindo-se ao poder do Presidente dos Estados Unidos em accionar os códigos para um ataque nuclear.

"Se ele for o Presidente, corremos o risco de acordar de manhã e vermos que atirou com as bombas nucleares para cima da Dinamarca. Este não é o temperamento de um líder que tem de manter este país seguro", disse Cruz.

Uma outra irregularidade mencionada por Trump também foi detectada pela comissão eleitoral do Iowa. Antes da votação, na terça-feira à noite, a campanha de Cruz enviou emails aos eleitores republicanos. Na linha do "Assunto" estava escrito "Infracção do Eleitor". O texto dizia que o Estado tinha criado uma classificação para os eleitores de acordo com o historial eleitoral de cada um, incitava-os a fazerem melhores escolhas no futuro e sugeria que receberiam uma nota negativa se não fossem votar na terça-feira à noite.

Estes emails, disse o chefe da comissão eleitoral (que é também o secretário de Estado local), Paul Pate, constituem um "desrespeito pela votação" e não representam o "espírito" do Iowa. Não ficou claro se a comissão eleitoral vai avançar com uma queixa contra a campanha de Cruz, diz a Associated Press.

Já na próxima terça-feira é a vez de New Hampshire escolher quem quer na corrida presidencial, de entre os dois candidatos democratas (Bernie Sanders e Hillary Clinton) e os muitos aspirantes no Partido Republicano. Neste último, houve mais uma desistência: a de Rick Santorum, que a partir de agora apoia a candidatura de Marco Rubio.