Suinicultores protestam este domingo no Grande Porto

Criadores de porcos vão alertar consumidores de grandes superfícies para os problemas do sector.

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Criadores dizem que a rotulagem da origem dos animais tem melhorado com os protestos Peter MUHLY/AFP PHOTO

Dezenas de suinicultores concentram-se este domingo à tarde junto a grandes superfícies do Grande Porto para chamar a atenção dos consumidores para o baixo preço pago aos produtores e para a falta de rotulagem na carne. Os produtores de suínos – do Norte, Centro e Sul do país – vão juntar-se pelas 15h na área de serviço de Antuã, na auto-estrada A1, onde vão decidir os hipermercados que irão 'visitar'.

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Dezenas de suinicultores concentram-se este domingo à tarde junto a grandes superfícies do Grande Porto para chamar a atenção dos consumidores para o baixo preço pago aos produtores e para a falta de rotulagem na carne. Os produtores de suínos – do Norte, Centro e Sul do país – vão juntar-se pelas 15h na área de serviço de Antuã, na auto-estrada A1, onde vão decidir os hipermercados que irão 'visitar'.

"Nesta acção, um dos objectivos é dar informação [à opinião pública] e alertar para a prática de terrorismo comercial que tem vindo acontecer por parte da grande distribuição relativamente aos produtores" de carne de suíno, disse João Correia, um dos promotores da iniciativa, à Lusa.

A acção de hoje no Norte do país – que se segue a outras que têm acontecido desde o início do mês – tem na origem o baixo preço pago pela grande distribuição aos produtores, que se queixam de os custos de produção ascenderem actualmente a 1,50 euros por quilo de carne enquanto esse mesmo quilo é vendido a um euro nos hipermercados.

Além disso, os produtores falam do incumprimento da lei da rotulagem, que entrou em vigor em Abril, para identificar a carne de porco. "Pela lei, tem de vir identificado 'criado em', 'abatido em' e 'desmanchado em' e muitos não o fazem", disse João Correia, acrescentando que há queixas na ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica mas sem qualquer efeito. "Desde que a 5 de Dezembro começamos estas acções, o grupo Auchan e Lidl já cumprem a rotulagem. O Continente começou na semana passada a fazer alguma coisa, o Pingo Doce nada", referiu.

A 17 de Dezembro um grupo de produtores concentrou-se em frente ao centro de processamento de carnes da Sonae, em Santarém. A empresa que detém o Continente (e o PÚBLICO) veio na altura dizer que sempre demonstrou “total disponibilidade e abertura para reunir e dialogar”. E garantiu que promove “activamente a produção nacional”, comprando cerca de 70% da carne de suíno em Portugal.

Portugal produz cerca de 55% da carne de porco que consome. Mas os produtores de suínos dizem que a crise que afecta o sector é de tal forma dramática que há o risco de fechar 40% da produção nacional dentro de dois meses, colocando em causa 200 mil postos de trabalho directos. Em todo o país estão registados cerca de quatro mil suinicultores industriais, havendo no total quase 14 mil explorações.

Recentemente, o Ministério da Agricultura criou um gabinete de crise para o sector, onde têm assento a Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores, representantes da indústria e das empresas de distribuição.