Prémio Femina para o escritor e jornalista Christophe Boltanski

Femina de língua estrangeira para La Couleur de l'Eau, da escocesa Kerry Hudson; e prémio de ensaio para a biografia de Claude Lévi-Strauss, de Emmanuelle Loyer.

Fotogaleria

A história de uma família – da sua própria família – contada ao longo de três gerações valeu ao jornalista e escritor francês Christophe Boltanski o Prémio Femina deste ano, anunciado esta quarta-feira em Paris.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A história de uma família – da sua própria família – contada ao longo de três gerações valeu ao jornalista e escritor francês Christophe Boltanski o Prémio Femina deste ano, anunciado esta quarta-feira em Paris.

La Cache, com a chancela Stock, e primeiro romance deste escritor que é também grande repórter do semanário L’Obs, foi o título escolhido pelo júri deste prémio centenário entre os sete romances nomeados para a lista final. Conta a história da família Boltanski, tendo como cenário o seu apartamento no 7.º Bairro de Paris, e remontando à aventura do avô judeu, que aí viveu escondido nos anos da ocupação nazi. Christophe é filho do poeta e sociólogo Luc Boltanski e sobrinho do artista plástico Christian e do linguista Jean-Elie. O jornal Le Monde descreve La Cache como “um livro apaixonante”, onde Christophe Boltanski “passa em revista, uma após outra, as divisões da casa, mostrando aquilo que já não existe mas também aquilo que permanece dessa história, de um espírito familiar, de um amor imenso”.

O prémio Femina para um romance em língua estrangeira foi para La Couleur de l’Eau, da escritora escocesa Kerry Hudson (edição Philippe Rey). Trata-se do seu segundo romance (depois de Tony Hogan bought me an ice-cream float before he stole my ma), que narra uma história de amor entre uma mulher russa e um segurança inglês no mundo violento das redes londrinas da prostituição. Foi escolhido de entre uma lista de cinco romances nomeados.

Dos sete ensaios que chegaram à short list final, a historiadora francesa Emmanuelle Loyer arrecadou o prémio pela sua biografia de Claude Lévi-Strauss (Flammarion), uma narrativa verdadeiramente exaustiva, e com várias revelações inéditas, sobre a vida e obra deste antropólogo que viveu durante um século (1908-2009), marcou a evolução desta ciência social e se afirmou um dos grandes intelectuais do século XX francês.