Restaurantes comprometem-se a reduzir sal a partir de 2016

Responsável da Direcção-Geral de Saúde diz que reduções em causa "são imperceptíveis ao paladar”.

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Sopas deverão passar a ser confeccionadas com menos sal Nélson Garrido

Os restaurantes que fazem parte da maior associação do sector, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp), comprometeram-se a reduzir em 3% a 4% a quantidade de sal que põem na sopa e em acompanhamentos como o arroz, a massa ou as batatas, a partir do próximo ano, informou o director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça.

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Os restaurantes que fazem parte da maior associação do sector, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp), comprometeram-se a reduzir em 3% a 4% a quantidade de sal que põem na sopa e em acompanhamentos como o arroz, a massa ou as batatas, a partir do próximo ano, informou o director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça.

Desde 2013 que a Direcção-Geral de Saúde (DGS), onde este programa está inserido, delineou a chamada estratégia para a redução do consumo de sal na alimentação em Portugal. O grupo de trabalho criado para propor medidas concretas, onde a Ahresp está representada, chegou a acordo no sentido de, a partir do próximo ano, começar a diminuir a presença de sal naqueles alimentos em 3% a 4%, “reduções que são imperceptíveis ao paladar”, explica o nutricionista. O objectivo é chegar até ao valor de referência de 0,2 gramas de sal por 100g de alimento. A Ahresp congrega cerca de 20 mil estabelecimentos.

Durante o próximo ano a DGS vai criar estratégias para monitorizar, por amostragem, se o objectivo está a ser cumprido. “Quem está mais desviado vai ser ajudado”, explica.

Em média, um português consome 11 gramas de sal por dia, quando a Organização Mundial de Saúde recomenda menos de 5 gramas. O consumo excessivo de sal constitui um risco para a saúde, uma vez que contribui para o aumento da tensão arterial e é um factor de risco no caso de doenças cardiovasculares, de AVC e doenças renais. Em Portugal, estima-se que haja 3,5 milhões de hipertensos, metade não estão tratados nem controlados, nota.

O país tem um consumo de sal muito acima de outros países europeus também por razões históricas, explica Pedro Graça, já que a conservação dos alimentos em sal manteve-se até muito tarde, "devido à chegada tardia da industrialização e ao uso do frigorífico em grande escala só ter acontecido por volta da década de 1950/60."