Há 30 mil pessoas em risco de morrer de fome no Sudão do Sul

O país que se tornou independente em 2011 atravessa a pior fase em 22 meses de uma guerra civil marcada por inúmeras atrocidades.

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Estado de Unidade – a fome volta a ameaçar TONY KARUMBA/AFP-Arquivo

Mais de 30 mil pessoas estão em risco de morrer de fome nas regiões do Sudão do Sul mais atingidas pela guerra civil e dezenas de milhares de outras estão à beira da fome – alertou a ONU.

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Mais de 30 mil pessoas estão em risco de morrer de fome nas regiões do Sudão do Sul mais atingidas pela guerra civil e dezenas de milhares de outras estão à beira da fome – alertou a ONU.

Ainda que a situação de fome não tenha sido oficialmente declarada, o país atravessa a pior fase em 22 meses de um conflito marcado por inúmeras atrocidades, e "pelo menos 30 mil pessoas vivem em condições extremas e em risco de morrer de fome", segundo um comunicado conjunto divulgado por três organizações da ONU: a Unicef, para a infância; a FAO, para a alimentação; e o Programa Alimentar Mundial.

As zonas mais afectadas situam-se no estado de Unidade, no Norte, rico em petróleo. Apesar do acordo de paz assinado no final de Agosto, continuam os combates violentos, os raptos e as violações de mulheres e de crianças. "Sem um acesso sem restrições a ajuda humanitária, a insegurança alimentar pode agravar-se e transformar-se em fome em algumas partes do estado de Unidade", diz também o comunicado.

O Sudão do Sul está em guerra desde Dezembro de 2013. É um conflito que opõe o exército regular, fiel ao Presidente Salva Kiir, a uma rebelião liderada pelo seu rival e ex-vice-presidente Riek Machar. A guerra já fez dezenas de milhares de mortos e obrigou cerca de 2,2 milhões de sudaneses do Sul a abandonarem as suas casas.

"Desde o início dos combates, há quase dois anos, as crianças são vítimas do conflito, da doença, do medo e da fome", disse o responsável da Unicef para o Sudão do Sul, Jonathan Veitch. "As suas famílias são exemplares no apoio, mas esgotaram todos os recursos. As agências podem ir ajudá-los, mas só se tivermos acesso completo [às zonas afectadas]. Caso contrário, numerosas crianças correm o risco de morrer", acrescentou.

Há um ano, a fome foi evitada graças a uma intervenção em larga escala das organizações humanitárias. O Sudão do Sul tornou-se um país independente em Julho de 2011.