Vaga de ataques contra civis israelitas faz pelo menos três mortos

Grupos palestinianos marcaram "Dia de Raiva" para esta terça-feira. Primeiro-ministro convoca reunião de emergência do Gabinete de Segurança.

Fotogaleria

Segundo uma testemunha citada pelo jornal Haaretz, os atacantes que entraram no autocarro, em Jerusalém Oriental, "tentaram assumir o controlo do veículo e impedir que os passageiros saíssem". A testemunha diz que bloqueou o autocarro com o seu automóvel até à chegada da polícia.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo uma testemunha citada pelo jornal Haaretz, os atacantes que entraram no autocarro, em Jerusalém Oriental, "tentaram assumir o controlo do veículo e impedir que os passageiros saíssem". A testemunha diz que bloqueou o autocarro com o seu automóvel até à chegada da polícia.

Os dois homens estavam armados, com armas de fogo e com facas – um deles atirou contra os passageiros enquanto o outro os esfaqueava. De acordo com o Haaretz, dois israelitas foram mortos e 16 ficaram feridos neste ataque, que ocorreu no bairro de Armon HaNatziv. Um dos atacantes foi morto pela polícia e o outro encontra-se em estado grave.

Num outro incidente, um condutor atropelou três pessoas que estavam numa paragem de autocarro e depois saiu e esfaqueou pelo menos mais uma, avançou a polícia. Este atacante também foi "neutralizado" pela polícia – o Jerusalem Post e o Haaretz avançam que uma pessoa morreu, mas há informações contraditórias sobre o número de feridos graves: um, segundo o Post; dois, segundo o Haaretz.

Grupos palestinianos marcaram para esta terça-feira um "Dia de Raiva", e desde a madrugada que os ataques não têm parado. Antes dos ataques no autocarro e na paragem, um palestiniano esfaqueou um  israelita, que sofreu ferimentos ligeiros, numa outra paragem de autocarro, em Raanana, a Norte de Telavive. Segundo testemunhas citadas pelas agências noticiosas, o atacante foi espancado no local.

Luba Samri, porta-voz da polícia, disse que o palestiniano, de Jerusalém Oriental, foi "controlado" por cidadãos até à chegada dos agentes. O serviço de emergência médica israelita Magen David Andom disse que o atacante ficou "gravemente ferido".

Também em Raanana, uma mulher foi esfaquada por um outro atacante, e no mesmo incidente ficaram feridas quatro outras pessoas. Há também relatos sobre um "incidente com tiros" na principal entrada para a Cidade Velha de Jerusalém. 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência do Gabinete de Segurança para a tarde desta terça-feira. O responsável pela polícia israelita, Benzi Sal, disse que vai anunciar, em conferência de imprensa, o plano das forças de segurança para fazer frente a esta onda de ataques.

A tensão entre israelitas e palestinianos tem subido no último mêsQuatro israelitas e 26 palestinianos, incluindo oito atacantes e oito crianças, morreram nas últimas duas semanas, marcadas pela mais grave onda de violência dos últimos anos.

Os incidentes quase diários têm feito temer uma nova revolta palestiniana, apesar dos apelos à calma por parte do líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.