Delta cria empresa na China onde 100% do seu negócio é online

Grupo de Campo Maior vendeu 700 máquinas em três semanas. Este ano prevê aumento de vendas em termos globais, com reforço do mercado português.

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António Carrapato

Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo Delta Cafés, adiantou nesta sexta-feira que 100% “do negócio na China é online”, um modelo totalmente diferente do que a empresa segue noutros mercados. “Estamos habituados a visitar o cliente directamente”, disse num encontro com jornalistas. As primeiras 700 máquinas de café Delta Q (de cápsulas) foram comercializadas em três semanas na plataforma online que é gerida pelo parceiro local. “Não estávamos à espera”, diz Rui Miguel Nabeiro, que estima vender mais 1500 máquinas até ao final do ano,

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Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo Delta Cafés, adiantou nesta sexta-feira que 100% “do negócio na China é online”, um modelo totalmente diferente do que a empresa segue noutros mercados. “Estamos habituados a visitar o cliente directamente”, disse num encontro com jornalistas. As primeiras 700 máquinas de café Delta Q (de cápsulas) foram comercializadas em três semanas na plataforma online que é gerida pelo parceiro local. “Não estávamos à espera”, diz Rui Miguel Nabeiro, que estima vender mais 1500 máquinas até ao final do ano,

Além de Xangai, a Delta está em Macau, onde duplicou as vendas este ano, fruto de um maior trabalho comercial. A região está longe de se tornar num dos principais clientes fora de Portugal, mas o grupo admite estar em permanente prospecção de mercado e preparado para entrar em novos países caso a oportunidade surja.

Dos 340 milhões de euros de volume de negócios que deverão ser alcançados este ano (mais 4,5% até Setembro face a 2014), 30% já vem dos palcos internacionais. Esta percentagem tem-se mantido estável graças ao crescimento das vendas em Portugal.

“Este foi um ano simpático, a crescer dentro e fora de Portugal e com todos os sectores em crescimento. No canal horeca [restaurantes, hotéis e cafés] sentimos alguma retoma mas a verdade é que nunca desistimos deste canal e [nos anos de crise] continuámos a apostar”, afirmou Rui Miguel Nabeiro, dizendo que a Delta está a crescer “acima do mercado”.

Rui Nabeiro, fundador do grupo de Campo Maior, também diz que “as coisas vão correndo bem” para a empresa, apesar do “problema da crise”. “Na nossa casa não era permitida a legenda da crise. Era permitida a legenda do trabalho e da luta”, disse. A Delta tem aumentado o seu portefólio de produtos com vinho, azeitonas e azeite, por exemplo, e este negócio complementar pesa já 15% na facturação. Na lista estão os refrigerantes Blue, em parceria com a angolana Refriango, que já contam com dois milhões de latas vendidas em seis meses na restauração e cafés.

Ainda falta o “quero um Delta”
Com presença em Angola desde 1996, e já com uma fábrica própria instalada (depois de ter comprado a empresa pública angolana de produção de café Liangol), a Delta parece imune à turbulência económica de Luanda. Mesmo com a crise do preço do petróleo e a falta de divisas, conseguiu crescer as 20% naquele país, o segundo mais importante para o grupo depois de Espanha.

No Brasil, a marca começou a vender pela primeira vez, em Março, café em grão (só vendia cápsulas) e conseguiu mais 50 clientes. A cadeia Deltaexpresso já vai nas 47 lojas, superando as estimativas iniciais de fechar 2015 com 45. A rede de cafetarias é um projecto feito em parceira com a Eurobrasil e tem ajudado a fabricante de café a conhecer o mercado. Em França, a Delta comprou um distribuidor local para reforçar vendas na restauração e aumentou o número de clientes de 250 para 450.

Depois de, no início do ano, ter investido numa fábrica que produz a máquina de café profissional Mayor, Rui Nabeiro admite que lhe falta ainda concretizar mais um objectivo. Apesar de ser a marca com maior presença no mercado nacional, os clientes ainda não vão ao balcão pedir “um Delta”, com pedem um cimbalino. “Ainda falta o ‘quero um Delta. Era um sonho”, admite.