Francisco Assis e Jorge Coelho apoiam Maria de Belém nas Presidenciais

"Parco" resultado do PS nas legislativas reforça necessidade de um PR oriundo da esquerda democrática, diz Assis.

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Maria de Belém vai apresentar a sua candidatura à Presidência da República na próxima semana Miguel Manso

Depois de admitir que a sua decisão já estava tomada e que não a quis tornar pública até às eleições legislativas de 4 de Outubro, Francisco Assis é peremptório. “O que se passou nesse dia reforça a minha convicção quanto à necessidade de elegermos um Presidente da República oriundo do espaço político da esquerda democrática e dotado de uma grande capacidade de promover o diálogo entre os múltiplos sectores políticos, sociais e culturais portugueses”, destaca.

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Depois de admitir que a sua decisão já estava tomada e que não a quis tornar pública até às eleições legislativas de 4 de Outubro, Francisco Assis é peremptório. “O que se passou nesse dia reforça a minha convicção quanto à necessidade de elegermos um Presidente da República oriundo do espaço político da esquerda democrática e dotado de uma grande capacidade de promover o diálogo entre os múltiplos sectores políticos, sociais e culturais portugueses”, destaca.

Sobre as eleições, o eurodeputado e apoiante do antigo secretário-geral dos socialistas António José Seguro classifica como “parco “ o resultado do PS que, afirma, “constitui mais uma manifestação da crise que percorre a família social-democrata europeia”. Neste âmbito, defende que os socialistas portugueses devem participar nesta reflexão a nível europeu. “Sem isso, estaremos condenados a um estatuto de subalternidade que em nada beneficiará o interesse das nossas sociedades democráticas”, garante.

Também Jorge Coelho deverá anunciar, em breve, apoiar a candidatura de Maria de Belém. Segundo a edição desta quinta-feira do DN, o antigo companheiro da candidata no executivo de Guterres fará o anúncio do seu apoio, que também esteve condicionado à realização das legislativas de passado domingo.

Maria de Belém vai apresentar a sua candidatura à Presidência da República na próxima terça-feira. O PS decidiu não apoiar nenhum candidato na primeira volta das eleições que vão decorrer em Janeiro do próximo ano.

"Experiência e discrição"
Também o voto de Álvaro Beleza nas presidenciais vai para Maria de Belém Roseira. O dirigente do secretarado nacional do PS, na direcção de Seguro, elogia-lhe o perfil e evidencia o a sua “experiência política e discrição", duas características, que na sua opinião, devem presidir a um Chefe de Estado.

Apontando críticas ao ainda Presidente da República, Cavaco Silva, Álvaro Beleza sublinha que o próximo inquilino de Belém “tem de ser um árbitro, alguém que tenha sensibilidade social  como ela tem - foi ex-ministra da Saúde - e que faça pontes à esquerda e à direita porque, no dia seguinte a ser eleito, será o Presidente de todos os portugueses”.

Convencido que a “maioria dos socialistas" votará na ex-presidente do PS, Beleza diz ainda que para a Presidência “tem de ser eleito alguém que conhece as regras do jogo, que conhece os meandros da política e que tenha também características como ela tem de discrição e de prudência. O país precisa de um Presidente dialogante, que seja do centro e que não fale e muito e que não seja imprevisível”. Fica o recado para Marcelo Rebelo de Sousa.

“Depois de um Presidente de facção precisamos de ter uma Presidente para a Nação”, atira. Quanto a Cavaco não o poupa, acusando-o de “ser o Presidente mais partidário que nós tivemos”. “Foi o alter-ego do primeiro-ministro, esteve sempre a apoiar o Governo. O Presidente não tem que apoiar nem desapoiar o Governo, o Presidente tem de ser o Presidente de todos os portugueses, como disse Mário Soares”, declarou.

O ex-dirigente socialista aproveitou para saudar a decisão de António Sampaio da Nóvoa de se manter na corrida à Presidência da República e defende o aparecimento de “muitas candidaturas”. “É bom que apareçam muitas candidaturas é um sinal de maturidade da República. É de saudar que o professor Sampaio da Novoa não tenha desistido até porque é um ilustre académico e que vai enriquecer o debate”, afirma.