A festa da arquitectura que se faz de portas abertas em Lisboa

A 4ª edição do Open House Lisboa acontece daqui a uma semana e há visitas que já estão esgotadas. Em 70 espaços, 41 são uma novidade.

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Antes de mais uma má notícia: as visitas à Ponte 25 de Abril já estão esgotadas. Ainda não tínhamos acabado de escrever o texto quando foram abertas as inscrições para esta visita, limitada a dois grupos de 18 pessoas. Em poucos minutos, se não segundos, as vagas desapareceram. José Mateus, presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, já nos tinha dito que desde que foi anunciado que a Ponte 25 de Abril integrava este ano o programa do Open House Lisboa que a organização não parava de receber contactos de pessoas interessadas em fazer a visita. É possível que até ao próximo fim-de-semana outras visitas esgotem.

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Antes de mais uma má notícia: as visitas à Ponte 25 de Abril já estão esgotadas. Ainda não tínhamos acabado de escrever o texto quando foram abertas as inscrições para esta visita, limitada a dois grupos de 18 pessoas. Em poucos minutos, se não segundos, as vagas desapareceram. José Mateus, presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, já nos tinha dito que desde que foi anunciado que a Ponte 25 de Abril integrava este ano o programa do Open House Lisboa que a organização não parava de receber contactos de pessoas interessadas em fazer a visita. É possível que até ao próximo fim-de-semana outras visitas esgotem.

“Este é seguramente o melhor Open House, temos um programa muito completo, será muito difícil para o ano superar”, diz na conferência de imprensa de apresentação da edição deste ano José Mateus, presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, promotora da iniciativa que aconteceu pela primeira vez em 2012 inspirada no modelo homónimo em Londres. A ideia é convidar as pessoas a conhecerem os edifícios e os espaços da cidade onde vivem. “É até mesmo para aqueles que acham que já conhecem os espaços, o Open House dá-nos um olhar diferente.”

Um olhar focado na arquitectura para um público que não é só de arquitectura. Há escolas para descobrir como a Rainha D. Leonor, cujo projecto de 1960 é da autoria do arquitecto Augusto Brandão – a visita permite dar a conhecer não só a obra como a recente intervenção ao espaço pelo Atelier dos Remédios –; e museus que são mais do que isso, como o Atelier-Museu Júlio Pomar, no Bairro Alto, o Museu da Marioneta no Conventos das Bernardas ou o Museu do Azulejo, instalado no Convento Madredeus, em Xabregas.

Há instituições que há muito vemos mas talvez nunca lá tenhamos entrado, até por habitualmente estarem vedadas ao público, como o Supremo Tribunal de Justiça; uma cervejaria – a histórica Solmar nas Portas de Santo Antão –; o Café Nicola, esse que foi um dos primeiros cafés da baixa pombalina ainda no século XVIII; e uma série de apartamentos e casas particulares, do Chiado ao Príncipe Real (casa com uma fachada de azulejos e que no ano passado valeu à dupla de arquitectos do atelier Camarim o Prémio Ascer de Arquitectura 2014) até à Defensores de Chaves.

É possível ainda visitar habitações recentemente remodeladas ou ainda nesse processo. Espreitámos já a reabilitação de um último piso num edifício na Baixa Pombalina pelo atelier CASCA, Arquitectura e Design num projecto que cruza a arquitectura daquele prédio do século XVIII com a contemporaneidade. No ano passado, este mesmo andar que pertence aos arquitectos João Queiroz e Lima e Helena Jerónimo estava disponível para visita, ainda num início da obra. “Agora vai ser engraçado as pessoas perceberem a diferença”, diz o arquitecto numa apresentação à imprensa, destacando a importância de se mostrarem no Open House. “É uma oportunidade para percebermos o que as pessoas acham do nosso trabalho, se gostam ou não”, aponta João Queiroz e Lima, que acompanhará as visitas durante os dois dias.

“Todos os anos temos imensos pedidos de participação, desde projectos dos arquitectos mais conhecidos aos mais novos e desconhecidos, o que tentamos fazer é escolher sempre os melhores”, diz José Mateus, explicando que a intenção da Trienal de Arquitectura de Lisboa “é mostrar olhares diferentes de arquitectura”.

Igrejas e palácios, teatros e galerias, e até uma ETAR, também entram no roteiro. Dependendo do espaço, as visitas são livres ou guiadas, estando previstas para todos os espaços pelo menos uma visita comentada por um especialista, quando não mesmo o seu autor. Por exemplo, no Padrão dos Descobrimentos estarão o engenheiro Jorge de Novais Bastos e o arquitecto João Pardal Monteiro, enquanto no Hotel Ritz Teresa Fonseca, da Faculdade de Arquitectura do Porto, comentará a visita.

Para Joana Gomes Cardoso, presidente da EGEAC, a entidade que gere os espaços culturais de Lisboa, esta é uma forma de “aproximar os cidadãos da cidade”. Muitos dos equipamentos na alçada da EGEAC fazem parte do programa, como aquele onde aconteceu a conferência de imprensa – o Complexo dos Coruchéus que reúne 50 ateliers de artistas. “Queremos dar a conhecer às pessoas espaços que não conhecem ainda”, diz. “Isso ou dar a conhecer de outra forma àqueles que já conhecem.”

“Depois da edição de sucesso do Porto [que aconteceu no Verão], Lisboa não podia ficar atrás”, remata José Mateus.