Histórico do PAIGC é o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Carlos Correia já ocupou idênticas funções em três ocasiões. É conhecido pelo rigor e domínio dos dossiers.

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Crise enfraqueceu politicamente o Presidente SIA KAMBOU/AFP

O nome de Carlos Correia, primeiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) escolhe, foi aprovado na noite de quarta-feira por 68 dos 69 membros do bureau político presentes na reunião, segundo a Lusa.

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O nome de Carlos Correia, primeiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) escolhe, foi aprovado na noite de quarta-feira por 68 dos 69 membros do bureau político presentes na reunião, segundo a Lusa.

O líder, Domingos Simões Pereira, demitido pelo Presidente da República a 12 de Agosto, disse à imprensa que o nome de Correia ia ser entregue ao ex-Presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, para que este o fizesse chegar ao chefe de Estado, José Mário Vaz.

Obasanjo foi no domingo escolhido pela CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental) para mediar a crise política guineense.

A crise política foi provocada pela destituição do Governo de Simões Pereira, que tinha participação de diversos partidos e esmagadora maioria na Assembleia Nacional Popular.

O PAIGC insistiu no nome de Simões Pereira para liderar um novo executivo e José Mário Vaz nomeou para o cargo de primeiro-ministro Baciro Djá, terceiro vice-presidente do partido, contra a vontade dos órgãos dirigente da principal força política guineense.

Os actos de José Mário Vaz vieram a ser considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal de Justiça, no início da semana passada, e Baciro Djá teve de se demitir, três semanas depois de ter sido nomeado e menos de 48 horas após ter conseguido formar a que seria a sua equipa.

A crise enfraquece politicamente o Presidente, ao mesmo tempo que fortalece a posição de Simões Pereira, visto como vítima da situação. Ao contrário do que se temia, tendo em conta o passado, as Forças Armadas mantiveram-se à margem da crise política.

Carlos Correia formou-se em engenharia agrónoma na antiga República Democrática Alemã. Já ocupou o cargo  entre 1991 e 1994, em 1997-1998 e em 2008-2009. Dirigiu também vários ministérios. Ficou conhecido pelo rigor, seriedade e conhecimento dos dossiers e a sua actuação mereceu o aplauso de organizações internacionais.