Viva o Luís Santos!

O Incomum é realmente incomum por ser um restaurante de grande qualidade que se recusa, simultaneamente, a ser caro e inacessível.

Mentira: basta aparecer lá fora de horas para ser imediatamente aceite.

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Mentira: basta aparecer lá fora de horas para ser imediatamente aceite.

O Incomum é realmente incomum por ser um restaurante de grande qualidade que se recusa, simultaneamente, a ser caro e inacessível.

Luís Santos é um cozinheiro com uma formação técnica perfeita, um gosto bom e ambicioso e, para rematar, um generoso sentido de justiça no que toca aos preços. A Maria João e eu jantámos lá na segunda-feira à tardinha, aspirando entradas, amuse-bouches, oferendas ameijoeiras, bacaulhauzadas e sublimes leites-cremes por 50 e tal euros.

O mais admirável é o facto de Luís Santos estar lá 20 horas por dia, a comprar, a cozinhar e a receber. Vai-nos ouvir e, ao contrário de todos os chefes que conheço, aceita as críticas como gestos de amizade.

Não se desculpa com os outros ou com os acontecimentos. Luís Santos é, realmente, um grande chefe. Tomou nota sincera do que não gostámos e não se envaideceu com o que elogiámos.

O Incomum está sempre cheio. E com razão. É generoso, sincero e trabalhador. Daqui a uns meses ou, quanto muito, a um ano, pode ser um restaurante perfeito. Porque arrisca; ouve; regista e muda.

Não peçam nem os linguini nem o porco preto com xarém de amêijoas: nunca.

Luís Santos é um mestre que está a um passo aproximável de aprendermos com ele.