Metade dos americanos vê as questões raciais como "um grande problema"

Sondagem do Pew Research Center revela que o número duplicou desde 2009, quando Barack Obama chegou à Casa Branca.

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Os acontecimentos em Ferguson são apontados como a principal razão Joshua LOTT/AFP

Para encontrar números semelhantes é preciso recuar até 1995, há duas décadas, quando uma sondagem da Universidade de Harvard para o jornal The Washington Post indicou que 48% dos inquiridos tinham uma opinião muito negativa em relação à igualdade de tratamento entre brancos e negros.

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Para encontrar números semelhantes é preciso recuar até 1995, há duas décadas, quando uma sondagem da Universidade de Harvard para o jornal The Washington Post indicou que 48% dos inquiridos tinham uma opinião muito negativa em relação à igualdade de tratamento entre brancos e negros.

Três anos antes, em 1992, Los Angeles tinha sido palco de violentos motins (que fizeram 53 mortos), motivados pela absolvição dos agentes que espancaram o cidadão negro Rodney King.

A sondagem publicada esta semana pelo Pew Research Center é a primeira do género desde 2010, e surge num momento em que as tensões raciais voltaram a estar na ordem do dia nos Estados Unidos, depois das mortes de vários cidadãos negros em incidentes com a polícia.

"O que é que mudou? Numa palavra: Ferguson", escreve no The Washington Post Christopher Ingraham, antigo colaborador da Brookings Institution e do Pew Research Center, numa referência à morte de Michael Brown, o jovem que foi morto por um polícia em Agosto de 2014 – o comportamento do agente Darren Wilson foi mais tarde considerado justificado, num relatório da Porocuradoria-Geral dos EUA, mas a revolta nas ruas foi em grande parte motivada pelo facto de Wilson não ter sido levado a tribunal.

No mesmo jornal, Scott Clement, analista de sondagens no grupo Washington Post Media, também aponta para os acontecimentos mais recentes para explicar os resultados das sondagens: "Tudo somado, os últimos números mostram que os cidadãos têm reagido ao último ano com uma maior sensibilidade em relação à discriminação e à igualdade racial, ainda que persistam profundas divisões sobre a dimensão do problemas e sobre potenciais soluções."