Tomar por granito

Os prazeres enganam. Os melhores são de graça.

Aqui em casa dizemos "tomar por granito". O granito é o granted de quem não tem pachorra ou aptidão para traduzir. Também os cidadãos do Porto, mal habituados ao luxo do granito envolvente, não dão o devido valor àquela pedra fascinante. Tomam-na por granito. Fazem mal. Pelo menos nós aqui em Lisboa e Sintra não tomamos por granito a nossa pedra lioz. A Torre de Belém que, por fazer 500 anos, teve agora a honra de ser assinalada, com um grafismo horrendo e obnulidador, pela Coca Cola é feita de lioz.

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Aqui em casa dizemos "tomar por granito". O granito é o granted de quem não tem pachorra ou aptidão para traduzir. Também os cidadãos do Porto, mal habituados ao luxo do granito envolvente, não dão o devido valor àquela pedra fascinante. Tomam-na por granito. Fazem mal. Pelo menos nós aqui em Lisboa e Sintra não tomamos por granito a nossa pedra lioz. A Torre de Belém que, por fazer 500 anos, teve agora a honra de ser assinalada, com um grafismo horrendo e obnulidador, pela Coca Cola é feita de lioz.

Tomar por granito é, em português prosaico (mas não menos repugnante por isso) contar com o ovo no cu da galinha. Acontece com o o magnífico Cinema Ideal em Lisboa e acontece com o New York Review of Books,   tomado por granito pelos leitores viciados em borlas. Uma assinatura mensal (2 edições quinzenais) custa apenas (no Kindle) 4 euros. Sai a 2 euros por edição. Por amor de Deus...

Pague e leia James Salter sobre os magníficos irmãos Wright, Sue Halpern sobre o sinistro mas inteligentíssimo Elon Musk e, brilhantemente, o justo e claro poeta James Fenton sobre a perseguição de Dennis Hastert.

Os prazeres enganam. Os melhores são de graça. Mas os segundos-melhores pagam-se. E não são poucos, graças a Deus.