Os rocambolescos "planos B" dos ministros gregos para voltar ao dracma

Tsipras está a ser embaraçado por revelações em torno de Varoufakis e Lafazanis, ex-responsável pela Energia.

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Panagiotis Lafazanis e Yanis Varoufakis no Parlamento LOUISA GOULIAMAKI/AFP

Em causa estão Panagiotis Lafazanis, ex-ministro da Energia, que lidera uma facção dentro do Syriza que advoga o regresso ao dracma, e Yanis Varoufakis, o ex-ministro das Finanças. Ambos saíram do Governo de Alexis Tsipras depois de o primeiro-ministro ter chegado a um acordo com os credores que permitiu à Grécia iniciar negociações para um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional de 86 milhões de euros.

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Em causa estão Panagiotis Lafazanis, ex-ministro da Energia, que lidera uma facção dentro do Syriza que advoga o regresso ao dracma, e Yanis Varoufakis, o ex-ministro das Finanças. Ambos saíram do Governo de Alexis Tsipras depois de o primeiro-ministro ter chegado a um acordo com os credores que permitiu à Grécia iniciar negociações para um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional de 86 milhões de euros.

Numa entrevista à edição deste domingo do Real News Daily, Lafazanis disse ter incentivado o Governo a usar as reservas do Banco da Grécia, indo contra as directivas do Banco Central Europeu. “A razão principal era a sobrevivência da economia grega e do povo grego, que é o principal dever de qualquer Governo perante a Constituição”, afirmou.

No entanto, negou que pretendesse prender o governador do Banco da Grécia, Yannis Stouranaras, se este se opusesse ao esvaziamento dos cofres, como noticiou o Financial Times. O que o jornal britânico publica é uma mistura de “mentiras, fantasia, especulação, velhos papões anticomunistas e novas formas de espalhar o medo”, disse.

Quanto a Yanis Varoufakis, o diário conservador Kathimerini publica alegadas declarações do ex-ministro numa conferência de investidores a 16 de Julho, em que terá contado que, antes de o Syriza ter ganho as eleições, em Janeiro, tinha sido pensado um “plano B” para copiar secretamente as passwords que os contribuintes usam nas suas interacções com os serviços fiscais.

O objectivo seria permitir ao Governo criar um sistema de pagamentos paralelo, caso os bancos deixassem de funcionar. Neste cenário hipotético, nunca autorizado por Tsipras, as transacções seriam feitas nominalmente em euros, mas poderiam ser facilmente mudadas para dracmas, disse Varoufakis, de acordo com o Kathimerini.

A oposição está a pedir explicações a Tsipras, embora o actual vice-ministro das Finanças, Dimitris Mardas, garanta que nunca estes planos foram discutidos a nível governamental.