Ataque da NATO mata por engano dez soldados afegãos

Dois helicópteros norte-americanos abriram fogo sobre um posto de controlo do exército afegão. Multiplicam-se os casos de ataques que atingem forças aliadas por engano.

Foto
O governador de Baraki Barak diz que não havia razões para "suspeita" do posto de controlo atingido Ahmad Masood / Reuters

O ataque foi anunciado e condenado pelo governador de Baraki Barak, Mohammad Amin, que inicialmente disse haver 14 militares mortos. De acordo com o responsável afegão, ao início da manhã, o posto de controlo do exército não era um “local suspeito” e a “bandeira afegã estava hasteada” no momento do ataque.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O ataque foi anunciado e condenado pelo governador de Baraki Barak, Mohammad Amin, que inicialmente disse haver 14 militares mortos. De acordo com o responsável afegão, ao início da manhã, o posto de controlo do exército não era um “local suspeito” e a “bandeira afegã estava hasteada” no momento do ataque.

Fontes do exército norte-americano confirmaram não oficialmente o ataque, declararam que foi aberta uma investigação, mas não avançaram com mais detalhes. Ao longo dos 13 anos da presença da NATO no Afeganistão repetiram-se vários incidentes desta natureza, vários deles em Logar. O tema tornou-se assim “um dos assuntos mais emotivos e importantes” no conflito, refere a AFP.

Em Dezembro, um ataque aéreo da coligação transatlântica matou cinco civis e feriu outros seis, também em Logar, a Sul de Cabul, e por engano. Na mesma região, em Junho, um bombardeamento da NATO atingiu por engano tropas da coligação e matou cinco militares norte-americanos e um soldado afegão. O exército norte-americano admitiu mais tarde que este incidente foi provocado por falhas de comunicação.

A presença da aliança transatlântica no Afeganistão caiu para uma fracção do que era em 2014. Mas há ainda 12 mil soldados da NATO do país, dos quais dez mil são militares norte-americanos, quase todos em missão de treino e aconselhamento ao exército afegão.