Tsipras substituiu contestatários no Governo

Saem, como previsto, Panagiotis Lafazanis, líder da Plataforma de Esquerda, e alguns vice-ministros. Incêndios também exigiram atenção do primeiro-ministro.

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Tsipras com a equipa de coordenação do combate aos fogos Reuters

Como previsto, um dos que sai é o até aqui ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, líder da Plataforma de Esquerda, a facção mais radical do Syriza, que votou contra o acordo. É substituído por Panos Skourletis, que era ministro do Trabalho e é considerado um fiel do chefe do Governo. Para o lugar de Skourletis vai Giorgos Katrougalos, que estava na Administração Interna.  

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Como previsto, um dos que sai é o até aqui ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, líder da Plataforma de Esquerda, a facção mais radical do Syriza, que votou contra o acordo. É substituído por Panos Skourletis, que era ministro do Trabalho e é considerado um fiel do chefe do Governo. Para o lugar de Skourletis vai Giorgos Katrougalos, que estava na Administração Interna.  

É igualmente substituída Nadia Valavani, vice das Finanças, que se demitiu horas antes da votação de quarta-feira. O seu substituto chama-se Tryfon Alexiadis, um dirigente do sindicato dos trabalhadores dos impostos. Christoforos Vernardakis, um académico, torna-se vice da Defesa, ocupando o lugar de Kostas Isychos, um contestatário cuja saída estava também pré-anunciada. A deputada Olga Gerovasili é agora porta-voz, substituindo Gavriil Sakellarides,

No total são, segundo a AFP, dez as alterações, incluindo mudança de pastas, num Governo de 42 membros. Mas não há surpresas. Os substituídos são principalmente vice-ministros.

“Nada de espectacular”, escreveu no twitter o analista Nick Malkoutzis, do diário Kathimerini e do site de análise Macropolis, que deixa uma questão: “Um Governo desenhado apenas para as próximas semanas?”

Chegou a admitir-se que a remodelação pudesse ser atrasada devido à atenção que Tsipras teve de dar aos incêndios que deflagraram com intensidade à volta de Atenas e noutras zonas do Sul da Grécia. Nuvens de fumo cobriram áreas da capital. Dezenas de pessoas foram obrigadas a deixar casas ameaçadas pelas chamas. A polícia contou 34 incêndios em quatro frentes, entre a ilha de Evia, a nordeste da capital, e a região de Peloponeso.

O primeiro-ministro apelou à calma e mobilizou a Força Aérea, e outros meios militares, para reforçarem o combate às chamas. Pediu também apoio aéreo aos parceiros europeus para lidar com uma situação que é frequente no Verão. As altas temperaturas e o vento facilitaram que a progressão do fogo.

Ainda na qualidade de ministro, Panagiotis Lafazanis deslocou-se a uma frente de incêndio perto de Atenas. “Estamos todos a fazer um esforço para evitar o pior”, disse, com uma máscara de protecção, à televisão grega. Foi, segundo a Reuters, vaiado por moradores furiosos que o acusaram de estar a fazer “micropolítica” e o desafiaram a despir o casaco e ajudar.

Outros fogos deflagraram em zonas rurais da ilha de Evia, próximo de Atenas, e na região da Lacónia, sudeste do Peloponeso, 300 Km da capital, onde – segundo a televisão pública – a frente de incêndio tinha 15 Km de extensão, combatida por aviões, helicópteros e dezenas de bombeiros. “Duas aldeias foram evacuadas depois de o fogo ter destruído casas”, disse o presidente do município de Monemvassia, Iraklis Trichilis, à agência Ana. A polícia informou que um homem de 58 anos que sofria de problemas respiratórios, um turista segundo a  Mega TV, morreu depois de ter inalado fumo.