Agora sem vanguarda

Os Django Django reclamam uma herança mais clássica e diminuem o peso da maquinaria, mas a eficácia é a mesma.

Foto
Os Django Django reclamam uma herança mais clássica e diminuem o peso da maquinaria, mas a eficácia é a mesma DR

Vamos lá tentar situar Born Under Saturn: é um disco menos electrónico do que o anterior, assente nas premissas do psicadelismo dos anos 1960 e que oscila entre a ênfase na melodia dançável (lembrando gente tão diversa como os Primal Scream ou os Stone Roses) e a ênfase na dança melódica (como uns Animal Collective que efectivamente fizessem canções). É como se os Django Django reclamassem uma herança mais clássica, e para tal diminuíssem o peso da maquinaria, procurando a mesma eficácia. Em dez dos 13 temas conseguem-no, e a única coisa que se lhes pode apontar são dez minutos a mais num disco cheio de momentos admiráveis: o enorme refrão de Pause repeat, a batida de Reflections e a sequência admirável que vai de Beginning to fade até Breaking glass, passando por 4000 yearsBorn Under Saturn seria o disco que se os Byrds e Booker T. & The M.G.’s se unissem fariam caso fossem miúdos hoje; é a forma de esta rapaziada dizer “Isto que nós fazemos é r’n’b”. E isso fica claro na magníficaShake and tremble, com a sua conjugação de guitarra à Cramps e pianada. Claro que nunca mais ninguém os verá como vanguardistas, mas o que interessa isso se as canções são boas?

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Vamos lá tentar situar Born Under Saturn: é um disco menos electrónico do que o anterior, assente nas premissas do psicadelismo dos anos 1960 e que oscila entre a ênfase na melodia dançável (lembrando gente tão diversa como os Primal Scream ou os Stone Roses) e a ênfase na dança melódica (como uns Animal Collective que efectivamente fizessem canções). É como se os Django Django reclamassem uma herança mais clássica, e para tal diminuíssem o peso da maquinaria, procurando a mesma eficácia. Em dez dos 13 temas conseguem-no, e a única coisa que se lhes pode apontar são dez minutos a mais num disco cheio de momentos admiráveis: o enorme refrão de Pause repeat, a batida de Reflections e a sequência admirável que vai de Beginning to fade até Breaking glass, passando por 4000 yearsBorn Under Saturn seria o disco que se os Byrds e Booker T. & The M.G.’s se unissem fariam caso fossem miúdos hoje; é a forma de esta rapaziada dizer “Isto que nós fazemos é r’n’b”. E isso fica claro na magníficaShake and tremble, com a sua conjugação de guitarra à Cramps e pianada. Claro que nunca mais ninguém os verá como vanguardistas, mas o que interessa isso se as canções são boas?