Eurogrupo ainda sem solução para o financiamento intercalar à Grécia

Desenho e negociação do novo programa para a Grécia demorarão cerca de quatro semanas. Até lá, Europa tenta garantir empréstimo intercalar que faça face às necessidades urgentes de financiamento.

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Jeroen Dijsselbloem foi reeleito como presidente do Eurogrupo

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião dos ministros das Finanças da zona euro que se realizou esta segunda-feira, o presidente do Eurogrupo (que foi reeleito na reunião para um mandato de dois anos) explicou que, até que seja delineado um novo memorando de entendimento entre as instituições da troika e as autoridades gregas, terão ainda de passar quatro semanas.

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Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião dos ministros das Finanças da zona euro que se realizou esta segunda-feira, o presidente do Eurogrupo (que foi reeleito na reunião para um mandato de dois anos) explicou que, até que seja delineado um novo memorando de entendimento entre as instituições da troika e as autoridades gregas, terão ainda de passar quatro semanas.

O problema é que, entretanto, o Estado grego terá de fazer face a necessidades de financiamento urgentes, em particular a amortização dos títulos de dívida que estão nas mãos do Banco Central Europeu já a 20 de Julho (num valor aproximado de 5000 milhões de euros) e despesas como as pensões e os salários dos funcionários públicos no final do mês.

Para que isso possa acontecer enquanto o novo programa não está aprovado, o Eurogrupo ficou com a tarefa de disponibilizar um empréstimo intercalar. A dúvida está em saber como? Jeroen Dijsselbloem explicou que o financiamento intercalar está a ser estudado pelos ministros das Finanças, foi discutido na reunião de hoje do Eurogrupo, mas foi decidido criar um grupo de trabalho para verificar quais as hipóteses que existem, quais os instrumentos que podem ser usados e quais os calendários possíveis.

O presidente do Eurogrupo diz que haverá uma nova reunião do Eurogrupo por teleconferência na quarta-feira de manhã para avaliar de novo o ponto de situação, alertando, contudo, que “não vai ser fácil”. Dijsselbloem não quis adiantar quais as hipóteses de financiamento que estão a ser estudadas. Uma das hipóteses que estará a ser estudada é a participação neste empréstimo de todos os países da União Europeia, em vez de serem apenas os da zona euro.

Em relação ao programa propriamente dito, cuja negociação entre a troika e a Grécia será iniciada depois de tanto a Grécia como outros países da zona euro o fazerem passar nos parlamentos, o presidente do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) disse que não está a contar ser o responsável por financiar o total dos 86 mil milhões de euros. “Esperamos que o FMI colabore”, disse Klaus Regling, explicando que tal não é possível nesta fase porque existe uma dívida por pagar da Grécia à entidade liderada por Christine Lagarde, mas poderá acontecer mais tarde.