Portugal defende que a troika está a ser mais flexível do que a Grécia

Primeiro-ministro diz que mais cedências à Grécia poderiam significar que o programa se arriscava a não ser bem sucedido.

Foto
Pedro Passos Coelho à chegada à reunião na quinta-feira em Bruxelas Eric Vidal/Reuters

A falar à imprensa após a conclusão do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português recusou a ideia, defendida pelo Governo grego, de que possa estar a haver um tratamento discriminatório contra Atenas por parte da troika. “Antes pelo contrário. Tem havido uma flexibilidade [com a Grécia] muito maior do que houve no nosso caso”, disse Passos Coelho.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A falar à imprensa após a conclusão do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português recusou a ideia, defendida pelo Governo grego, de que possa estar a haver um tratamento discriminatório contra Atenas por parte da troika. “Antes pelo contrário. Tem havido uma flexibilidade [com a Grécia] muito maior do que houve no nosso caso”, disse Passos Coelho.

Na quarta-feira, Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego, tinha afirmado que estavam a ser recusadas medidas à Grécia de uma forma que nunca tinha acontecido com Portugal e a Irlanda. Confrontado agora com essas declarações, o primeiro-ministro português disse tratar-se de “uma falsa questão”, garantindo que “nem Portugal nem a Irlanda beneficiaram dessa flexibilidade”.

Passos Coelho fez aliás questão de deixar claro que considera que a troika já está a ir até ao limite do que pode ceder. “Não creio que se possa ser mais flexível do que as instituições já foram. Porque se tal acontecer, o programa não funcionará e isso não é positivo para a Grécia”.

Nas negociações do Eurogrupo, fontes conhecedoras do andamento das conversações disseram ao PÚBLICO que a ministra das Finanças portuguesa tem assumido nas últimas semanas uma estratégia de discrição, não estando entre os países que têm sido mais críticos em relação ao Governo grego, como a Alemanha, a Finlândia e vários países do Leste europeu. Maria Luís Albuquerque não deixou, contudo, de defender a ideia de que a troika está a ser mais flexível com a Grécia do que foi com Portugal e a Irlanda.  

O jornalista viaja a convite da Comissão Europeia