Oposição em bloco contra entrega do Pavilhão Carlos Lopes ao Turismo de Lisboa

PSD critica que não tenha sido promovida “uma consulta ao mercado”.

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Pavilhão está fechado desde 2003 por razões de segurança LIONEL BALTEIRO

Tanto o PCP como o PSD sublinharam a carência de equipamentos desportivos na cidade, lamentando que o imóvel no Parque Eduardo VII não vá manter essa vocação.

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Tanto o PCP como o PSD sublinharam a carência de equipamentos desportivos na cidade, lamentando que o imóvel no Parque Eduardo VII não vá manter essa vocação.

“Foi apresentada como sendo uma boa solução para a requalificação e devolução à população mas nós temos um entendimento radicalmente diverso”, disse o vereador Carlos Moura, do PCP, partido que não vê com bons olhos o facto de “um edifício que tem uma história e uma ligação profunda com a cidade” passar a ser gerido por uma entidade privada.

Com a entrega do pavilhão à ATL, avisa o autarca comunista, a sua utilização “terá que ser paga”. Olhando para os preços praticados no Pátio da Galé, que foi entregue pelo município à mesma entidade, Carlos Moura acredita que o Pavilhão Carlos Lopes passará a ser “inacessível a maior parte das associações, colectividades e clubes da cidade”.

Pelo PSD, António Prôa critica “a fórmula encontrada” para o negócio. O autarca entende que a câmara deveria ter seguido um de dois caminhos: ou recuperar o imóvel com recursos próprios ou então, caso optasse por entregar essa tarefa e a gestão do espaço a um privado, promover “uma consulta ao mercado”. Só com essa consulta, nota, seria possível perceber se havia entidades além da ATL disponíveis para desenvolver o programa proposto pelo município com “condições mais vantajosas”.   

António Prôa sublinha ainda que “Lisboa tem uma carência de oferta de equipamentos desportivos com aquelas características”, o que leva a que a cidade perca a oportunidade de acolher determinados eventos desportivos. O mesmo diz Carlos Moura, que considera que Lisboa está “refém” do Pavilhão do Casal Vistoso, que “está praticamente sobrelotado”.

Já João Gonçalves Pereira, do CDS, frisa a importância de se “garantir que o nome do Pavilhão Carlos Lopes se mantém” no futuro. O autarca defende também que deve ser consagrado “um pequeno espaço” no imóvel para o acolhimento do espólio do atleta Carlos Lopes. Numa próxima reunião o vereador prevê apresentar, em conjunto com o social-democrata Fernando Seara, uma proposta nesse sentido.