Antigo aluno da Casa do Gaiato condenado por violar colegas

Ex-aluno da instituição que desde 2006 é tutelada pelo Patriarcado de Lisboa foi condenado a oito anos e meio de prisão.

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Rui Gaudêncio

O Tribunal de Loures considerou provado que este aluno abusou repetidamente de três colegas com idades entre os 14 e os 16 anos, no período entre 2011 e 2013. Internado na instituição desde os oito anos, filmou ainda os actos sexuais em causa. Depois usou os vídeos para chantagear as suas vítimas, obrigando-as a silenciarem o que se estava a passar. Por isso, foi condenado não apenas pelos crimes sexuais mas igualmente por devassa da vida privada e coacção. Acabou por ser expulso da instituição em meados de 2013 e por ser detido quase um ano mais tarde, depois de as autoridades terem encontrado as filmagens na sua posse.

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O Tribunal de Loures considerou provado que este aluno abusou repetidamente de três colegas com idades entre os 14 e os 16 anos, no período entre 2011 e 2013. Internado na instituição desde os oito anos, filmou ainda os actos sexuais em causa. Depois usou os vídeos para chantagear as suas vítimas, obrigando-as a silenciarem o que se estava a passar. Por isso, foi condenado não apenas pelos crimes sexuais mas igualmente por devassa da vida privada e coacção. Acabou por ser expulso da instituição em meados de 2013 e por ser detido quase um ano mais tarde, depois de as autoridades terem encontrado as filmagens na sua posse.

Embora a totalidade dos crimes pelos quais foi sentenciado no Tribunal de Loures somasse mais de 80 anos, o cúmulo jurídico das penas fez com que o arguido, hoje com 24 anos, tenha sido condenado a oito anos e meio de cadeia. O advogado que representou a instituição de Santo Antão do Tojal disse à SIC que não irá recorrer da sentença, que considera adequada à gravidade e às circunstâncias que rodearam o caso.  Segundo o advogado do jovem, os abusos eram prática corrente na instituição.

Em 2006, o Patriarcado de Lisboa passou a ser responsável pela Casa do Gaiato do Tojal. A alteração na tutela ficou a dever-se à falta de padres  -  eram apenas dez  para as oito casas existentes. Mas esta mudança não foi também alheia aos vários inquéritos do Ministério Público (entretanto quase todos arquivados) a alegados maus tratos.  A alteração aconteceu ainda na sequência de um relatório explosivo da Inspecção-Geral da Segurança Social  que fazia acusações e críticas severas à instituição fundada pelo padre Américo em 1940.