Intermarché e Pingo Doce querem comprar lojas da rede Alisuper

Pelo menos nove estabelecimentos da cadeia algarvia, que esteve em processo de insolvência, vão passar para as mãos do Intermarché

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Trabalhdores do Alisuper protestaram, em 2012, pelos salários em atraso Alexandre Afonso/Arquivo

De acordo com o Diário Económico, o Intermarché, rede de supermercados geridos por empresários independentes, já assinou um contrato para a aquisição de nove lojas da marca algarvia, situadas em Albufeira, Alvor, Quarteira, Aljezur, Sagres e Loulé. O negócio ainda terá de ser aprovado pela Autoridade da Concorrência mas, a concretizar-se, implica um investimento de cinco milhões de euros, refere fonte da empresa. Também o grupo Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce, admitiu estar em negociações com o grupo Nogueira [que ficou com o Alisuper] para a aquisição de lojas, revela o diário.

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De acordo com o Diário Económico, o Intermarché, rede de supermercados geridos por empresários independentes, já assinou um contrato para a aquisição de nove lojas da marca algarvia, situadas em Albufeira, Alvor, Quarteira, Aljezur, Sagres e Loulé. O negócio ainda terá de ser aprovado pela Autoridade da Concorrência mas, a concretizar-se, implica um investimento de cinco milhões de euros, refere fonte da empresa. Também o grupo Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce, admitiu estar em negociações com o grupo Nogueira [que ficou com o Alisuper] para a aquisição de lojas, revela o diário.

No âmbito de um plano de recuperação, o empresário José Nogueira (também proprietário de duas empresas em Espanha no ramo das hortaliças, frutas e carnes) pegou no Alisuper em 2012 numa altura em que a rede de supermercados algarvia estava em sérias dificuldades financeiras, com estabelecimentos encerrados e trabalhadores despedidos. A reabertura da primeira loja com a nova gestão, nesse ano, mereceu a presença do ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. 

A compra das 26 lojas ao grupo Alicoop (que detinha as empresas Alisuper, Macral e Geneco, todas insolventes) representou um investimento directo de 16 milhões de euros, correspondendo a 20% da dívida do grupo que ascendia aos 80 milhões. O plano de relançamento da empresa, acordado com os credores, previa que esse montante fosse pago num prazo de 13 anos, com juros à taxa zero. José Nogueira assumiu ainda o pagamento de uma dívida de 1,4 milhões, contraída pelos trabalhadores, a título individual, ao BPN, sugerida pela antiga administração como forma de salvarem os postos de trabalho. No total, o negócio envolveu 26 milhões de euros. 

Mais recentemente, José Nogueira admitiu que a empresa estava novamente em dificuldades e os trabalhadores também denunciaram atrasos no pagamento de salários.O Alisuper tem lojas no Algarve, Seixal, Cascais, Oeiras e Moimenta da Beira.