Filhas de B.B. King suspeitam de homicídio mas polícia não está a investigar

Filhas de B.B. King acusam sócios do músico de terem envenado o pai. Advogado de King diz que as alegações são infundadas.

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B.B. King em palco em 2009, no festival de jazz de Montreux FABRICE COFFRINI/AFP

Karen Williams e Patty King, filhas do músico, que tinha 89 anos, alegam que o pai foi assassinado por envenenamento, possivelmente por dois sócios, um dos quais é a executora testamentária e ex-manager de King, LaVerne Toney.

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Karen Williams e Patty King, filhas do músico, que tinha 89 anos, alegam que o pai foi assassinado por envenenamento, possivelmente por dois sócios, um dos quais é a executora testamentária e ex-manager de King, LaVerne Toney.

"Estamos convencidas de que o nosso pai foi envenenado e que lhe administraram substâncias estranhas”, declararam as irmãs num depoimento escrito entregue às autoridades. As duas mulheres dizem que foram impedidas de ver o pai nos seus últimos dias de vida e que LaVerne Toney, bem como o assistente pessoal de King, Myron Johnson, tentaram acelerar a morte do músico.

Um advogado responsável pelo legado de B.B. King disse à Associated Press (AP) que as acusações são infundadas. “Espero que elas tenham uma base factual para sustentar as suas alegações difamatórias e caluniosas”, afirmou Brent Bryson, acrescentando que o músico recebeu tratamento médico a tempo inteiro nos últimos dias de vida, “até ao momento em que morreu tranquilamente enquanto dormia”.

King morreu na sequência de um AVC provocado pela diabetes de que padecia há mais de duas décadas. Myron Johnson estava junto do músico quando ele morreu na sua casa em Las Vegas. Nenhum familiar de King estava presente, segundo a AP.

O médico legista John Fudenberg emitiu um comunicado na segunda-feira informando que não existiam provas que suportassem as alegações das filhas de King. A polícia de Las Vegas disse à AP que não há nenhuma investigação de homicídio a decorrer.

Uma semana antes da morte de King, um juiz em Las Vegas indeferiu um requerimento de Karen Williams para assumir a custódia do pai. Uma providência interposta no dia 29 de Abril alegava que LaVerne Toney impedira pessoas próximas de King de visitá-lo e que pusera os seus próprios familiares na lista de assalariados do músico. Alegava ainda que somas avultadas de dinheiro tinham desaparecido da conta bancária de B.B. King. O auditor de um tribunal de família local anunciou pouco depois que nem a polícia nem os serviços sociais tinham encontrado qualquer motivo para retirar poderes representativos a LaVerne Toney.

O funeral do músico está marcado para este sábado, na terra natal de King, Indianola, no Mississippi.