Supostos traficantes na Baixa lisboeta vendem louro em vez de haxixe

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Rui Gaudêncio/arquivo

Segundo fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, "uma parte dos produtos vendidos na Baixa de Lisboa como sendo haxixe, não é haxixe. É louro prensado e não consubstancia uma prática criminal", pelo que a PSP não tem legitimidade para proceder a detenções, embora reconheça que tem influência no sentimento de segurança local.

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Segundo fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, "uma parte dos produtos vendidos na Baixa de Lisboa como sendo haxixe, não é haxixe. É louro prensado e não consubstancia uma prática criminal", pelo que a PSP não tem legitimidade para proceder a detenções, embora reconheça que tem influência no sentimento de segurança local.

Na Rua Augusta, uma das mais movimentadas artérias da cidade, a Lusa falou com alguns comerciantes, que não quiseram ser identificados com receio de sofrer represálias, mas que revelaram que este "é um problema que se arrasta há cerca de três, quatro anos".

Actualmente, os presumíveis traficantes "estão cada vez mais descarados, seguem os turistas forçando-os a comprar o que dizem ser droga", contou um dos comerciantes.

Para os lojistas, este fenómeno cria "uma imagem negativa da cidade, que prejudica o comércio local", pelo que criticam o facto de a lei não ser austera o suficiente para reprimir estes casos.

A rede de "falsos traficantes de droga" aborda todo o tipo de pessoas, especialmente turistas, tentando vender o que dizem ser uma 'bolota de haxixe' por 70 euros, valor que pode ser regateado, como testemunhou a Lusa no local.

A posse e venda de louro prensado, não sendo considerado um produto estupefaciente, "não consubstancia crime e não permite uma actuação da PSP semelhante ao que acontece no tráfico de droga", explicou a mesma fonte da polícia.

Questionada sobre se existem queixas de moradores, comerciantes ou turistas relacionadas com este fenómeno, a PSP afirmou que existem "algumas queixas, na sua grande maioria não por tráfico de estupefacientes, mas sim pela venda do louro prensado".

De acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, "o volume de tráfico de estupefacientes naquela zona não assume níveis anormais", considerando que não tem havido um aumento. No entanto, reforçou, "o tráfico continuará e, numa zona de grande fluxo de turistas, esta actividade pode tornar-se mais rentável".

Em 2014, a PSP registou 658 casos relacionados com tráfico de estupefacientes na zona da Baixa de Lisboa, identificando 457 pessoas. Em 2013, foram contabilizados 1003, identificando 622 pessoas. "Todos os autos integrados na venda ambulante são enviados para a ASAE", conclui.