Derrame de petróleo na Califórnia pode atingir 400 mil litros

Costa de Gaviota é um habitat do tipo mediterrânico, com uma grande biodiversidade de aves e mamíferos marinhos.

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O oleoduto submarino que rebentou datava de 1987 e tinha 61 centímetros de diâmetro, com um débito de 190 mil litros por hora, e corre paralelo a uma auto-estrada a ocidente de Santa Barbara, explica a Reuters. Foi na terça-feira que começou a verter petróleo – primeiro para uma praia e depois para o oceano Pacífico.

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O oleoduto submarino que rebentou datava de 1987 e tinha 61 centímetros de diâmetro, com um débito de 190 mil litros por hora, e corre paralelo a uma auto-estrada a ocidente de Santa Barbara, explica a Reuters. Foi na terça-feira que começou a verter petróleo – primeiro para uma praia e depois para o oceano Pacífico.

Tinham sido detectadas irregularidades no funcionamento daquele troço do oleoduto, e acabava de ser feita uma vistoria, explicou Greg Armstrong, director-geral da Plains All American Pipeline, a empresa que o operava. No prazo de 30 minutos a fuga foi travada, disse. Mas algum petróleo continuou ainda a sair, embora em quantidade residual, reconheceu um porta-voz da companhia, citado ainda pela Reuters. Armstrong pediu desculpa pelo derrame de petróleo da sua empresa, que tem sede em Houston, no Texas.

“Há muitas questões a que é preciso dar resposta, como porque é que não existia um sistema de paragem automática neste oleoduto, que era relativamente novo, e porque é que as primeiras medidas tomadas não foram mais eficazes para travar a fuga”, interrogou Owen Bailey, director do grupo Centro de Defesa Ambiental, citado pela AFP.

O governador da Califórnia, entretanto, decretou o estado de emergência na zona turística de Santa Barbara, e agora as autoridades e muitos voluntários lutam para conter a fuga – cerca de 300 pessoas estão neste momento envolvidas nas limpeza.

A Costa da Gaviota era considerado o ecossistema mais saudável do Sul da Califórnia, diz o Guardian e, a confirmarem-se a estimativas da Plains All American Pipeline, este pode vir a ser o maior derrame petrolífero neste estado norte-americano desde 1969, diz ainda a Reuters.

O local do derramamento fica no extremo de um santuário marinho nacional e de uma reserva submarina onde vivem 25 espécies de mamíferos marinhas e 60 espécies de aves marinhas. “A vida selvagem desta região é incrivelmente rica, há várias espécies de baleias em risco. É uma costa emblemática que atrai pessoas do mundo inteiro”, afirma o ambientalista Owen Bailey. Mas também está rodeada de cerca de duas dezenas de plataformas petrolíferas de centenas de poços de petróleo, nota a Reuters.

Ainda não é possível dizer qual será o impacto na vida selvagem deste derrame – há já equipas a tentar salvar aves e mamíferos marinhos afectados. Este socorro concentrou-se três zonas especialmente sensíveis, pois são áreas de nidificação de aves marinhas.