Embora a promoção do filme tenha posto a tónica numa questão cultural — a excisão feminina em países ou comunidades africanas —, parece-nos bem mais forte, ou pelo menos melhor resolvido, o tema do luto depressivo e obsessivo da protagonista, com o espaço da casa, repleto de memorabilia e filmado em planos apertados, a sugerir bem a clausura, e as imagens de exteriores sobre Lisboa a darem uma espécie de distância. Mas se Inês Oliveira enquadra bem, falta-lhe pôr isso ao serviço de outra intensidade narrativa, que faça sentir os tempos vazios como “tempos vazios”, de facto, e não como tempos mortos. Bobô deixa a sensação de ser uma curta alongada, sem substância para a duração (ainda assim, breve: 70 minutos) que tem.
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Embora a promoção do filme tenha posto a tónica numa questão cultural — a excisão feminina em países ou comunidades africanas —, parece-nos bem mais forte, ou pelo menos melhor resolvido, o tema do luto depressivo e obsessivo da protagonista, com o espaço da casa, repleto de memorabilia e filmado em planos apertados, a sugerir bem a clausura, e as imagens de exteriores sobre Lisboa a darem uma espécie de distância. Mas se Inês Oliveira enquadra bem, falta-lhe pôr isso ao serviço de outra intensidade narrativa, que faça sentir os tempos vazios como “tempos vazios”, de facto, e não como tempos mortos. Bobô deixa a sensação de ser uma curta alongada, sem substância para a duração (ainda assim, breve: 70 minutos) que tem.
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