PHotoEspaña regressa a Portugal (com a latino-américa no bolso)

Depois de quatro anos de ausência, o festival madrileno volta a Portugal, com exposições no espaço Carpe Diem, Lisboa, e na Fundação Dom Luís I/Centro Cultural de Cascais.

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No dia 30 de Maio, data em que o Carpe Diem celebra seis anos, inaugura-se a colectiva Instantânea: Fotógrafos latino-americanos da colecção Carpe Diem, uma escolha da comissária Pilar Soler, que revisitará trabalhos de artistas daquele continente que nos últimos anos mantiveram algum tipo de contacto com o espaço instalado no Palácio Pombal, no Bairro Alto, em Lisboa. Serão mostradas obras de Albano Afonso, Marcio Vilela, Ding Musa, Martín Guerra, Mariano Rennella, Julia Kater, Paula Scamparini, Christina Meirelles e Helena Martins Costa. A diversidade das propostas criativas da fotografia latino-americana da actualidade será a pedra de toque da exposição. As imagens provêm da colecção de mais de 130 peças do Carpe Diem.

No Centro Cultural de Cascais, a 18 de Dezembro, será inaugurada uma retrospectiva de Nicolás Muller (1913-2000), fotógrafo judeu nascido na Hungria e naturalizado espanhol com um percurso ligado às imagens de denúncia e de reportagem social.

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No dia 30 de Maio, data em que o Carpe Diem celebra seis anos, inaugura-se a colectiva Instantânea: Fotógrafos latino-americanos da colecção Carpe Diem, uma escolha da comissária Pilar Soler, que revisitará trabalhos de artistas daquele continente que nos últimos anos mantiveram algum tipo de contacto com o espaço instalado no Palácio Pombal, no Bairro Alto, em Lisboa. Serão mostradas obras de Albano Afonso, Marcio Vilela, Ding Musa, Martín Guerra, Mariano Rennella, Julia Kater, Paula Scamparini, Christina Meirelles e Helena Martins Costa. A diversidade das propostas criativas da fotografia latino-americana da actualidade será a pedra de toque da exposição. As imagens provêm da colecção de mais de 130 peças do Carpe Diem.

No Centro Cultural de Cascais, a 18 de Dezembro, será inaugurada uma retrospectiva de Nicolás Muller (1913-2000), fotógrafo judeu nascido na Hungria e naturalizado espanhol com um percurso ligado às imagens de denúncia e de reportagem social.

Muller (um fotógrafo praticamente desconhecido até há pouco tempo) sofreu com a exaltação nacionalista húngara nos tempos de ascensão do nazismo. Influenciado pela estética da Bauhaus e do construtivismo soviético, começou por mostrar as duras condições de vida e trabalho dos agricultores húngaros. Depois da divulgação de uma dessas reportagens onde revelava a condição quase feudal em que assentava a actividade agrícola no país, foi classificado como antipatriótico. Em 1938, vê-se obrigado a abandonar a sua terra natal, rumo a França. Com o estalar da II Guerra Mundial, em 1939, foge para Portugal, onde fotografa (no Porto e na Nazaré) com a mesma preocupação social a dureza do trabalho e as fracas condições de vida. É preso pela PIDE, que o solta com a condição de não regressar. Viaja então para Marrocos, onde conhece Fernando Vela, secretário do filósofo e intelectual espanhol Ortega y Gasset. Fixa-se em Espanha em 1947. Mas dentro deste país inicia uma vivência nómada através da qual traça uma longa panorâmica sobre a ruralidade. A exposição de Cascais propõe uma retrospectiva destas andanças, onde se incluirão imagens captadas em Portugal.