BdP prepara divulgação das conclusões da auditoria forense ao Montepio

Em 2013, o banco tinha cerca de dois mil milhões de euros em empréstimos sem garantias ou deficientemente cobertos

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A partir de 2010, o BdP passou a dedicar uma atenção redobrada às contas do banco Montepio NFACTOS/JORGE MIGUEL GONCALVES

A partir de 2010, o BdP passou a dedicar uma atenção redobrada às contas do banco Montepio, depois de em Julho desse ano ter comprado o Finibanco, por 340 milhões, com um prémio de 30%. Isto embora nessa data a instituição da família Costa Leite tivesse prejuízos acumulados da ordem de 50 milhões. Estão a decorrer investigações ao Finibanco Angola, controlado pelo banco Montepio, por suspeita de envolvimento no branqueamento de capitais associados ao dossier BES Angola.

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A partir de 2010, o BdP passou a dedicar uma atenção redobrada às contas do banco Montepio, depois de em Julho desse ano ter comprado o Finibanco, por 340 milhões, com um prémio de 30%. Isto embora nessa data a instituição da família Costa Leite tivesse prejuízos acumulados da ordem de 50 milhões. Estão a decorrer investigações ao Finibanco Angola, controlado pelo banco Montepio, por suspeita de envolvimento no branqueamento de capitais associados ao dossier BES Angola.

Em 2013 e 2014, o BdP avançou com inspecções ao banco Montepio, uma delas para aferir se os créditos (e a renovação de créditos) aos grandes clientes foram concedidos de forma correcta, mas também para apurar se houve  “promiscuidade” nos negócios dentro do grupo.

A 31 de Março deste ano, em declarações ao Diário Economico, Tomás Correia negou que o Montepio estivesse a ser alvo de uma auditoria forense, mas sim “de uma auditoria especial aos procedimentos adoptados nas reestruturações de créditos no período de 2009 a 2012.” E ironizou: “Foi anunciada em carta de 31 de Outubro de 2013 e dormiu o sono dos justos até Julho de 2014, sem que alguma coisa tivesse acontecido, para depois arrancar”. E admitiu existir uma ligação entre a inspecção e uma recomendação do BdP para “alocarmos provisões” já assumidas. Em 2013, o Montepio tinha cerca de dois mil milhões de euros em empréstimos sem garantias ou deficientemente cobertos.