400 desaparecidos em naufrágio de barco com migrantes tentando chegar a Itália

Save the Children baseia-se em testemunhos de sobreviventes salvos pela Marinha italiana.

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Migrantes vindos da Líbia resgatados ao largo da Tunísia esta segunda-feira FETHI NASRI/AFP

As organizações não-governamentais Save the Children e a Organização Internacional das Migrações (OIM) começaram a entrevistar sobreviventes que contam que entre as vítimas havia muitos jovens rapazes, “provavelmente menores”. A maioria vinha de países da África subsariana, e foram recolhidos na zona da Calábria, no Sul de Itália.

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As organizações não-governamentais Save the Children e a Organização Internacional das Migrações (OIM) começaram a entrevistar sobreviventes que contam que entre as vítimas havia muitos jovens rapazes, “provavelmente menores”. A maioria vinha de países da África subsariana, e foram recolhidos na zona da Calábria, no Sul de Itália.

“Estamos ainda a inquirir os sobreviventes para compreender a dinâmica do naufrágio”, disse Flavio Di Giacomo, porta-voz da OIM, à agência noticiosa AFP. As primeiras pistas indicavam que o barco poderia ter virado quando todos os passageiros se dirigiram para um dos lados ao aperceber-se da chegada de socorros. Vários naufrágios ocorrem quando os passageiros se deslocam todos para um lado de uma embarcação frágil.   

No fim-de-semana, a guarda costeira e a marinha de Itália tinham resgatado à volta de 6 mil pessoas que viajavam em barcos precários tentando chegar à Europa. Se recuarmos a sexta-feira, e incluirmos segunda-feira, o número de resgatados sobe para 8 mil.

Se os números relatados pela Save the Children em relação a este naufrágio se confirmarem, será um desastre ainda maior do que o naufrágio de Lampedusa de 2013, em que se estima terem morrido 360 pessoas e que levou a um debate sobre o que fazer com o crescente número de mortos no Mediterrâneo. A resposta foi a operação italiana Mare Nostrum, que levou à deslocação de uma série de meios para resgatar embarcações em dificuldades.

Esta operação foi entretanto substituída pela operação europeia Tritão, criticada por organizações não-governamentais por ter menos meios do que a Mare Nostrum.

A OIM diz que o número de mortes no início de 2015 parece confirmar este problema – já morreram mais de 500 pessoas a passar o Mediterrâneo, quando no mesmo período do ano passado tinham morrido 47.