Forças tunisinas mataram nove militantes na sequência do ataque terrorista

Operação no Centro do país encontrou ainda armas e explosivos. Neste domingo haverá em Tunes uma marcha solidária contra o terrorismo, depois do ataque terrorista de 18 de Março ao Museu Bardo.

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O ataque terrorista ao museu fez 22 mortos Fethi Belaid/AFP

As operações, que decorreram na região de Gafsa, aconteceram horas antes dos tunisinos se juntarem para uma marcha solidária em Tunes, capital do país, onde estará presente o Presidente francês François Hollande.  

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As operações, que decorreram na região de Gafsa, aconteceram horas antes dos tunisinos se juntarem para uma marcha solidária em Tunes, capital do país, onde estará presente o Presidente francês François Hollande.  

“As nossas forças mataram nove terroristas numa grande operação em Sidi Aich, em Gafsa. Também capturaram armamento e explosivos”, disse Mohamed Ali Aroui, porta-voz do Ministério do Interior.

Há duas semanas, dois homens armados entraram no Museu Bardo de Tunes e mataram 21 turistas, num dos piores ataques ocorridos no país africano, que tem conseguido evitar a violência desde 2011, quando a população depôs o ditador Ben Ali, num processo revolucionário e democrático que iniciou o movimento conhecido por “Primavera Árabe”.

Três franceses morreram no ataque e um quarto acabou por morrer devido às feridas que sofreu no museu, adiantou o gabinete da presidência francesa num comunicado divulgado no sábado. Turistas japoneses, polacos, espanhóis e colombianos também foram mortos. O Governo da Tunísia defende que os terroristas querem destruir o turismo, que é vital para o país e constitui 7% da sua economia.   

O Estado Islâmico reivindicou o ataque ao museu. Mas o Governo defende que o grupo Uqba ibn Nafi, ligado à Al-Qaeda, esteve envolvido. O grupo está localizado na região do Monte Chaambi, que faz fronteira com a Argélia.

O ataque ao Museu Bardo demonstra como as lealdades entre os militantes islamistas se sobrepõem para obterem uma nova frente no Norte de África, especialmente na Líbia, onde o caos político e as lutas entre as várias facções permitiram ao Estado Islâmico instalar-se e ter ali um posto avançado.

Neste domingo, espera-se que milhares de tunisinos se juntem na marcha de solidariedade. Entre os líderes de países estrangeiros, estarão François Hollande e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

Quatro anos após a Primavera Árabe, que acabou com uma ditadura com mais de 20 anos, a Tunísia tem sido elogiada pela comunidade internacional como um exemplo de um país que conseguiu fazer uma transição democrática com políticas de compromisso, uma nova constituição e eleições livres.