O Brasil está em recessão mas o banco central continua a subir taxas

Banco central prevê contracção do PIB de 0,5% e inflação de 7,9% em 2015.

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Dilma Rousseff tem mais uma má notícia para gerir UESLEI MARCELINO/reuters

Nas previsões que apresentou esta quinta-feira, a autoridade monetária brasileira tinha muito poucas boas notícias para dar. A economia terá caído 0,1% em 2014 e deverá manter-se em recessão durante este ano, com uma redução do PIB de 0,5%. Resultados preocupantes para uma economia emergente como a do Brasil.

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Nas previsões que apresentou esta quinta-feira, a autoridade monetária brasileira tinha muito poucas boas notícias para dar. A economia terá caído 0,1% em 2014 e deverá manter-se em recessão durante este ano, com uma redução do PIB de 0,5%. Resultados preocupantes para uma economia emergente como a do Brasil.

Ainda assim, aquilo que está realmente a fazer soar os alarmes no banco central é a evolução da inflação. A nova previsão é de uma variação de preços de 7,9% em 2015, um valor que fica acima da meta oficial de uma inflação entre 2,5% e 6,4%, algo que já não acontecia desde 2003

O objectivo do banco central de uma inflação de 4,5% em 2016 também é considerado como estando sob forte ameaça.

Por isso, os responsáveis do banco deixaram diversos sinais a indicar que é muito provável que as taxas de juro voltem a subir, depois de no início deste mês já terem sido alteradas de 12,25% para 12,75%. Vários analistas esperam que o próximo movimento seja uma nova subida de 0,5 pontos percentuais.

A taxa de inflação tem vindo a aumentar apesar da recessão por dois grandes motivos: a subida dos preços controlados administrativamente, como os da electricidade e dos combustíveis, e a depreciação do real face ao dólar.

É para contrariar este último efeito – que torna os bens importados mais caros – que o banco central sobe as taxas de juro, tentando limitar o efeito que a inversão da política monetária nos EUA está a ter nos mercados.

O custo desta estratégia para o Brasil é a certeza de que a economia não sairá tão cedo da recessão.