Greve: Hospital de Santo António adiou todas as cirurgias

Sindicatos apontam para 80% de adesão à greve nos hospitais do Porto

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PÚBLICO/Arquivo

A administração do Centro Hospitalar do Porto (CHP), que integra o Hospital Santo António, o Centro Materno-Infantil do Norte e o Hospital Joaquim Urbano, avançou que a adesão à greve nestas unidades está a rondar os 26%. Os dados contrariados pelo STFPN que considera que as administrações hospitalares não estão a contabilizar os trabalhadores que, mesmo contabilizados como grevistas, têm de trabalhar nos serviços mínimos. Orlando Gonçalves, coordenador do STFPN, adianta que “26%, provavelmente, será o número de trabalhadores que não está a cumprir serviços mínimos, mas é preciso ver que a maior parte dos trabalhadores que estão ao serviço estão em serviços mínimos”.

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A administração do Centro Hospitalar do Porto (CHP), que integra o Hospital Santo António, o Centro Materno-Infantil do Norte e o Hospital Joaquim Urbano, avançou que a adesão à greve nestas unidades está a rondar os 26%. Os dados contrariados pelo STFPN que considera que as administrações hospitalares não estão a contabilizar os trabalhadores que, mesmo contabilizados como grevistas, têm de trabalhar nos serviços mínimos. Orlando Gonçalves, coordenador do STFPN, adianta que “26%, provavelmente, será o número de trabalhadores que não está a cumprir serviços mínimos, mas é preciso ver que a maior parte dos trabalhadores que estão ao serviço estão em serviços mínimos”.

Das 1855 consultas marcadas no CHP, apenas 132 não se realizaram. No entanto, o bloco operatório central está fechado e das 43 cirurgias que estavam previstas, nenhuma se realizou. Só o bloco operatório de urgência está a trabalhar, os restantes trabalham em serviços mínimos. O Centro Materno-Infantil do Norte e o Hospital Joaquim Urbano, pertencentes ao centro hospitalar do Porto, realizaram todas as consultas, confirmou ainda Orlando Gonçalves.

Ainda segundo dados do STFPN, pelas 13h, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos terá registado uma adesão de 90%, o Centro Hospitalar de Gaia e o Centro Hospitalar do Porto de 80% e, por fim, o Hospital de Magalhães Lemos ficou por 70% (sem serviços mínimos obrigatórios). 

Esta sexta-feira, os serviços mínimos passaram para mais do dobro do que é normalmente previsto nestas situações, cumprindo uma decisão do Tribunal Arbitral. Orlando Gonçalves admitiu não compreender a alteração, considerando-a "inadmissível", por nunca terem existido problemas com os serviços mínimos prestados em outras greves.

A educação foi um dos sectores mais afectados com esta greve, com 33 escolas encerradas no distrito do Porto. O protesto abrangeu ainda tribunais, transportes e serviços municipais.

Os trabalhadores que, esta sexta-feira, não trabalham estão contra os cortes salariais na função pública, o aumento do horário semanal das 35 horas para as 40, a colocação de trabalhadores no regime de requalificação, o congelamento das carreiras e a falta de negociação no sector. O STFPN admite que espera que esta greve cause maior impacto do que a última greve geral, de Novembro de 2013.
Texto editado por Andrea Cunha Freitas