Região Norte quer valorizar património castrejo

Rede de Castros do Noroeste foi formalizada esta quinta-feira, um ano e meio depois do seu lançamento, com 12 sítios dos mais de dois mil existentes só no Norte de Portugal.

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Os municípios de Boticas (Castro do Lesenho), Esposende (São Lourenço), Monção (São Caetano), Paços de Ferreira (Sanfins), Penafiel (Monte Mozinho), Póvoa de Varzim (Cividade de Terroso) , Santo Tirso (Castro do Padrão), Trofa (Alvarelhos) e Vila do Conde (Bagunte), e a Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães (que gere a citânia de Briteiros) são, com a Direcção Regional de Cultura, que tutela a Citânia de Santa Lúzia, de Viana do Castelo, os fundadores da Rede de Castros do Noroeste. Que apesar do nome, se cinge, para já, ao território português

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Desde 2004 que especialistas na área – como o arqueólogo Paulo Costa Pinto, Armando Coelho Ferreira da Silva ou Francisco Sande Lemos – vinham defendendo a necessidade de valorizar, numa rede luso-galaica, o património castrejo, dada a singularidade de, por toda esta região da península existirem mais de sete mil assentamentos humanos proto-históricos conhecidos. Aquando da chegada dos romanos a esta parte da Europa, a paisagem era dominada por estas urbes fortificadas, de planta circular ou rectangular, construídas no cimo dos montes.

A rede agora formalizada apenas inclui parceiros portugueses e deixou de parte, para já, a ideia, apontada há uma década, de candidatar este património à UNESCO. Dadas as disparidades no trabalho de investigação arqueológica, e de criação de condições de divulgação e visitação, os promotores vão concentrar-se em procurar, através do Portugal 2020, fundos para valorizar este património, e alargar o grupo a outros municípios interessados em prosseguir o mesmo caminho. Só mais tarde, admitiu no director da DRCN, se analisará se o trabalho realizado permite ambicionar essa inscrição na lista de património mais famosa do mundo.

Nesta sessão, no Palacete Allen, no Porto, a presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, revelou que o município conseguiu na semana passada a posse dos cerca de 18 hectares de terreno onde está implantada a cividade de Bagunte, na freguesia homónima deste concelho, depois de mais de seis décadas de negociações difíceis, com intervenção judicial.

O diferendo vinha impedindo a autarquia de fazer investimentos de fundo - fosse em acessos ou num centro de interpretação condigno – neste castro, um dos oito existentes no território de Vila do Conde, como explicou o arqueólogo Pedro Brochado. Resolvida a questão da propriedade, vai ser possível fazer campanhas de escavações mais alargadas e apresentar candidaturas a fundos comunitários para outros equipamentos e infraestruturas, no âmbito da rede agora constituída.

António Ponte espera que este trabalho em rede permita sinergias e partilha de recursos entre os vários municípios, de modo a aumentar o conhecimento existente sobre este património. Ao mesmo tempo, os promotores esperam que a divulgação conjunta destes espaços possa aumentar o número de visitantes e o impacto na economia local.