Estado Islâmico continua a destruir património arqueológico no Iraque

O sítio arqueológico de Dur Sharrukin em Jorsabad, antiga capital da Assíria, foi agora o alvo dos jihadistas.

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Tesouro arqueológico em Dur Sharrukin DR

Segundo a agência Efe, que cita fontes governamentais e de segurança do Iraque, os militantes do EI utilizaram de novo escavadoras, no domingo, para destruir este sítio arqueológico considerado pela Unesco Património da Humanidade, ao mesmo tempo que saquearam as antiguidades.

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Segundo a agência Efe, que cita fontes governamentais e de segurança do Iraque, os militantes do EI utilizaram de novo escavadoras, no domingo, para destruir este sítio arqueológico considerado pela Unesco Património da Humanidade, ao mesmo tempo que saquearam as antiguidades.

Entre os vestígios atacados e destruídos estará o palácio dos reis assírios Sargão II e Senaquerib, pai e filho, que governaram entre 722 e 681 a.C., disse à Efe a presidente da Comissão de Turismo e Antiguidades do governo provincial de Nínive, Balqis Taha. Foram também destruídas várias outras edificações e templos naquela estação arqueológica da cidade de Jorsabad, que fica a cerca de 15 quilómetros a noroeste de Mossul, capital de Nínive, que desde Junho de 2014 é controlada pelos jihadistas do IS, e que foi a primeira cidade a ver destruído grande parte do seu património arqueológico.

A Mossul, seguiu-se, na semana passada, entre quinta-feira e sábado, a destruição de vários tesouros arqueológicos patrimoniais de Nimrud e de Hatra. Uma escalada de violência que tem motivado a preocupação internacional, acrescentada ao drama mais imediato do sacrifício humano a que os jihadistas estão a submeter as populações locais, para além dos seus adversários.

Sobre as consequências culturais e patrimoniais dos ataques do EI manifestou-se já a directora-geral da Unesco, Irina Bokova, e também o responsável da Organização Islâmica para a Educação, Ciência e Cultura, o saudita Abdulaziz Othman Altwaijri. “A destruição de Hatra marca um ponto de inflexão na estratégia abominável de limpeza cultural que está em marcha no Iraque. Trata-se de um ataque directo contra a história das cidades árabes islâmicas, que confirma o papel atribuído à destruição do património na propaganda dos grupos extremistas”, disseram os dois responsáveis num comunicado conjunto.

A justificação para estes ataques do EI tem sido a necessidade de destruir e eliminar tudo aquilo que, no tempo anterior ao Profeta, testemunha a idolatria que Maomé viria a considerar blasfema.