BE quer acesso ao registo contributivo de Passos entre 1999 e 2004

Deputada do BE considerou inaceitável o argumento de Passos Coelho "de que desconhecia as suas obrigações perante a segurança social".

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Mariana Aiveca transmitiu posição do BE aos jornalistas Rui Gaudêncio

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pela deputada do BE Mariana Aiveca, numa declaração em que também recusou as críticas do primeiro-ministro sobre a existência de uma alegada perseguição pessoal em ano de eleições legislativas.

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Esta posição foi transmitida aos jornalistas pela deputada do BE Mariana Aiveca, numa declaração em que também recusou as críticas do primeiro-ministro sobre a existência de uma alegada perseguição pessoal em ano de eleições legislativas.

"O BE não tem a ver rigorosamente nada com a vida do primeiro-ministro. O que queremos ver esclarecido tem a ver com a responsabilidade política, com as obrigações legais e contributivas de quem chefia o Governo", contrapôs Mariana Aiveca.

A deputada do BE considerou depois inaceitável o argumento de Pedro Passos Coelho "de que desconhecia as suas obrigações perante a segurança social".

"Logo ele que cortou bolsas de estudo a estudantes universitários por força de os seus pais não terem contribuições pagas ou terem alguma dívida à segurança social", comentou, antes de referir que as dúvidas sobre a carreira contributiva do primeiro-ministro, designadamente entre 1999 e 2004, "se adensam todos os dias".

"Como o valor que Pedro Passos Coelho diz ter pago é diferente daquele que se calcula, todos temos interesse que a questão seja clarificada. Numa espécie de tentativa de responsabilização dos serviços da segurança social, Pedro Passos Coelho não pode continuar a afirmar que desconhecia a lei, porque a obrigatoriedade dos trabalhadores independentes pagarem a segurança social é de 1982", apontou Mariana Aiveca.

Perante os jornalistas, Mariana Aiveca usou também a ironia para comentar a actuação do primeiro-ministro no que concerne ao pagamento das suas contribuições à segurança social.

"Pedro Passos Coelho, na sua ingenuidade, até poderia desconhecer que tinha de descontar para a segurança social. Durante estes anos, como todos nós, ele fez o preenchimento da declaração de IRS - e se formos ao anexo B estão lá todas as despesas, incluindo as contribuições obrigatórias para a segurança social. Então, durante cinco anos consecutivos, passadas cinco declarações de IRS, o senhor primeiro-ministro nunca deu conta que havia lá um quadrozinho em que era obrigado a dizer quanto descontou para a segurança social? Isto é no mínimo caricato", acrescentou Mariana Aiveca.