Portugal emite 1499 milhões de dívida com juros em mínimo histórico

Taxa de juro exigida pelos investidores ficou em 2,0411%.

Foto
Juros exigidos a Portugal em queda no mercado primário e secundário Rafael Marchante/Reuters

A emissão actual, acima do inicialmente indicado, que ficava entre 1000 a 1250 milhões de euros, compara com taxa de 2,4914%, de 11 de Fevereiro deste ano, e acontece num ambiente de forte queda das taxas de juro das obrigações nacionais no mercado secundário.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A emissão actual, acima do inicialmente indicado, que ficava entre 1000 a 1250 milhões de euros, compara com taxa de 2,4914%, de 11 de Fevereiro deste ano, e acontece num ambiente de forte queda das taxas de juro das obrigações nacionais no mercado secundário.

Filipe Silva, director da Gestão de Activos do Banco Carregosa, destaca que “a estes preços faz todo o sentido Portugal financiar-se no mercado e ganhar folga para amortizar antecipadamente o empréstimo da troika, que foi feito a taxas mais altas”.

Filipe Silva recorda que há um ano a taxa de emissão a 10 anos rondava os 6%, pelo que a descida nos custos de financiamento “é notória”.

O programa de financiamento do Estado para 2015 aponta para um levantamento entre 12 e 14 mil milhões de euros em obrigações.

Para além da queda de juros exigida pelos investidores no mercado primário, também no mercado secundário as taxas implícitas continuam a renovar mínimos de sempre.

Na sessão desta quarta-feira, os juros das obrigações a 10 anos estão a negociar a 2,067%, novo mínimo histórico. Nos prazos mais curtos, a cinco anos e dois anos, os níveis de juros também são historicamente baixos, 1,101% e 0,263%, respectivamente.

Esta quarta-feira, a Alemanha realizou uma emissão de dívida a cinco anos a uma taxa de juro média negativa em 0,08%, avança o Jornal de Negócios na sua edição online.

Ou seja, os investidores, que emprestaram três mil milhões de euros, vão receber menos dinheiro do que o emprestado no final dos cinco anos.

Já não é a primeira vez que a Alemanha emite dívida com taxa negativa.