Adolescentes raptados para combater na guerra do Sudão

UNICEF denuncia que pelo menos 89 rapazes com mais de 12 anos foram levados das suas casas por homens armados.

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Criança-soldado do Sudão do Sul, numa cerimónia de desmobilização organizada pela UNICEF Charles LOMODONG/AFP

As milícias foram de casa em casa e levaram todos os rapazes que pareciam ter mais de 12 anos, diz o comunicado desta organização da ONU, que diz não ter provas para identificar a organização que organizou o rapto.

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As milícias foram de casa em casa e levaram todos os rapazes que pareciam ter mais de 12 anos, diz o comunicado desta organização da ONU, que diz não ter provas para identificar a organização que organizou o rapto.

“As crianças são submetidas a um nível incrível de violência, e não têm qualquer hipótese de irem à escola”, afirmou Jonathan Veitch, director da UNICEF no Sudão do Sul. Estima-se que pelo menos 12 mil crianças sejam usadas para combater tanto pelo Sudão como pelo Sudão do Sul.

No início do mês, um relatório da organização Human Rights Watch acusava as forças rebeldes de “recrutarem activamente” crianças para combater, apesar das leis que o proíbem e de promessas repetidas de ambos os lados de que esta prática ia cessar.

O ministro da Informação do Sudão do Sul criticou o relatório: “Porque é que havíamos de recrutar crianças-soldado, quando temos efectivos militares suficientes?”, assegurou.

Wau Shilluk é uma cidade à beira de um rio, no estado petrolífero do Alto-Nilo, cuja população cresceu drasticamente com a chegada de dezenas de milhares de deslocados em 14 meses de guerra civil. A zona está sob o controlo do chefe de guerra aliado do Governo Johnson Olony, que a Human Rights Watch acusava no seu relatório de recrutar crianças para combater nesta guerra tingida de conflito étnico que opõe o Presidente Salva Kiir o seu ex-vice-presidente Riek Machar.