Iñárritu conquista realizadores dos Estados Unidos com Birdman

Em 67 anos de história, a Guilda dos Realizadores só não acertou sete vezes no vencedor do Óscar de Melhor Realizador.

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A importância dos prémios entregues pela Guilda de Realizadores pode facilmente ser compreendia através de números. Em 67 anos de história, só sete vezes é que o realizador aqui premiado não levou o Óscar de Melhor Realização para casa. Por outras palavras: a Guilda dos Realizadores acertou no realizador nada mais nada menos que 60 vezes. E só 14 vezes não acertou no Óscar de Melhor Filme.

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A importância dos prémios entregues pela Guilda de Realizadores pode facilmente ser compreendia através de números. Em 67 anos de história, só sete vezes é que o realizador aqui premiado não levou o Óscar de Melhor Realização para casa. Por outras palavras: a Guilda dos Realizadores acertou no realizador nada mais nada menos que 60 vezes. E só 14 vezes não acertou no Óscar de Melhor Filme.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), de Alejandro González Iñárritu, é agora apontado como o grande candidato aos prémios de Hollywood – isto já depois de no mês passado ter sido o premiado pela Guilda dos Produtores, que acertou no vencedor dos Óscares nos últimos sete anos, além de ter também um grande historial de coincidências. Em Janeiro ainda, o elenco do filme de Iñárritu, liderado por Michael Keaton, foi premiado pela Guilda dos Actores.

“Fazer um bom filme é uma guerra e temos de sobreviver. Se é considerado um grande filme, não tem nada a ver comigo. É um milagre”, começou por dizer neste sábado o realizador mexicano que recebeu o prémio das mãos de Alfronso Cuaron, distinguido no ano passado com Gravidade. “Nunca imaginei estar aqui hoje a falar convosco. Quando vais para a cama e fazes amor não dizes: ‘Vamos fazer os melhores filhos do mundo’. Simplesmente vêm. Não há posição que garanta isso”, acrescentou em tom de brincadeira Iñárritu, de 51 anos. “Estou muito, muito, agradecido.”

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) conta a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), uma antiga estrela de cinema que se vê confrontada com problemas financeiros ao mesmo tempo que assiste à desintegração da família e vive atormentada por dúvidas existenciais. Riggan Thomson desespera pelo regresso à ribalta e, para isso, resolve apostar tudo na Broadway.

Iñárritu estava nomeado ao lado de Wes Anderson com The Grand Budapest Hotel, Clint Eastwood com Sniper Americano, Morten Tyldum com O Jogo da Imitação, e Richard Linklater com Boyhood – Momentos De Uma Vida.

Richard Linklater tem sido apontado como um dos grandes favoritos aos Óscares com o filme que levou 12 anos a ser feito, tendo conquistado uma série de prémios da crítica e não só. Numa análise a esta época de prémios e ao que se pode esperar dos Óscares, Tim Gray, editor da Variety, fala de um ano especialmente competitivo e lembra, por exemplo, o que aconteceu na cerimónia dos Óscares de 2011 em que até aí o filme que se destacava era A Rede Social, de David Fincher, e a estatueta acabou por ir para O Discurso do Rei, de Tom Hooper.

“Este ano pode ser uma repetição disso – ou pode ser como em 2013, onde houve um genuíno suspense entre dois filmes (Gravidade e 12 Anos Escravo), que dividiram os prémios de melhor realizador e de melhor filme, respectivamente”, escreve ainda Tim Gray.

Mas não foi Alejandro González Iñárritu o único premiado pela Guilda dos Realizadores. A norte-americana Laura Poitras venceu na categoria de documentário com Citizenfour, sobre Edward Snowden. Citizenfour está também nomeado para os Óscares.

No que diz respeito à televisão, as categorias principais foram conquistadas por mulheres. Lesli Linka Glatter, várias vezes nomeada, arrecadou o prémio de Melhor Série Dramática com HomelandSegurança Nacional; Jill Soloway distinguiu-se na categoria de Melhor Série de Comédia com Transparent; e Lisa Cholodenko levou para casa o prémio de Melhor Filme ou Mini-série Para Televisão por Olive Kitteridge.