Tsipras diz que a Grécia não pode ser chantageada

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Tsipras disse que a Grécia tem propostas que pôs em cima da mesa e espera reacções. “Estamos à espera das propostas alemãs, ainda não as ouvimos”, acrescentou. “Esperamos que os nossos parceiros europeus respeitem a democracia tal como nós respeitamos as regras da União Europeia”, continuou. “Respeitaremos a regra para orçamentos equilibrados mas a austeridade não é um princípio fundador da União Europeia.”

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Tsipras disse que a Grécia tem propostas que pôs em cima da mesa e espera reacções. “Estamos à espera das propostas alemãs, ainda não as ouvimos”, acrescentou. “Esperamos que os nossos parceiros europeus respeitem a democracia tal como nós respeitamos as regras da União Europeia”, continuou. “Respeitaremos a regra para orçamentos equilibrados mas a austeridade não é um princípio fundador da União Europeia.”

O discurso surge quando após uma ronda pela Europa em que Atenas pareceu ganhar poucos apoios (apenas o comissário europeu da Economia, o francês Pierre Moscovici, veio dizer que os novos governos devem poder mudar de política – “se não, para que serve votar na União Europeia?”, disse Moscovici em Bruxelas), e depois de um encontro do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, e do seu homólogo grego, Yanis Varoufakis, em que ambos apenas concordaram em discordar (Varoufakis disse que nem sequer nisto concordaram, contrariando o seu anfitrião).

Tsipras apresentou uma versão diferente: "Apenas numa semana conseguimos aliados que nunca tinhamos conseguido nos últimos cinco anos de crise", declarou. 

No que foi visto como o maior revés para o novo Governo grego, o BCE aumentou a pressão sobre Atenas ao cortar os apoios aos bancos gregos, o que quer dizer que estes poderão ter de recorrer a um mecanismo de financiamento de emergência.

Depois desta decisão, anunciada na quarta-feira à noite, foi convocada uma manifestação para a praça Syntagma em Atenas com as palavras-chave: “Não à chantagem – solidariedade – dignidade”. Ao final da tarde desta quinta-feira juntavam-se entre 5 e 7 mil pessoas em frente ao Parlamento. Houve pessoas a sair para a rua também em Salónica, Patras e Heraklion (Creta). Havia quem comentasse a raridade de gregos saírem para a rua a favor de um Executivo.

“O medo acabou no nosso país”, declarou pouco antes Tsipras no seu discurso frente aos deputados. “Temos de construir um país do zero, convido-vos a todos para a linha da frente.”