Juiz impõe caução de 50 mil euros a ex-bancário que terá desviado 600 mil

Agência bancária em Oliveira de Frades, Viseu, detectou irregularidade há cerca de um ano e o homem saiu do banco após ser descoberto. Banco denunciou depois o caso à PJ de Aveiro.

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De acordo com a PJ, o suspeito aproveitou as "facilidades" da sua posição Rui Gaudêncio

O homem de 44 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de burla qualificada e falsificação de documentos. Em comunicado, a PJ indica que o ex-gerente bancário está “fortemente indiciado pelos crimes de burla qualificada e de falsificação de documento, sendo suspeito da movimentação não autorizada de contas bancárias na agência onde foi gerente”.

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O homem de 44 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de burla qualificada e falsificação de documentos. Em comunicado, a PJ indica que o ex-gerente bancário está “fortemente indiciado pelos crimes de burla qualificada e de falsificação de documento, sendo suspeito da movimentação não autorizada de contas bancárias na agência onde foi gerente”.

Fonte da PJ explicou ao PÚBLICO que a investigação ao caso terá começado há cerca de seis meses, sendo que o antigo gerente de uma agência bancária de Oliveira de Frades, em Viseu, se dedicaria há vários anos a este esquema.

Dezenas de clientes terão sido vítimas deste situação, porém, o banco já assumiu o prejuízo da burla tendo reposto os montantes nas respectivas contas, garantiu fonte policial. O plano era simples: aproveitando-se do facto de ser gerente, o homem falsificava os documentos justificativos de transferências de contas dos clientes para as suas contas. Este expediente implicava, por isso, falsificar as assinaturas dos clientes. Mas durante muitos anos ninguém descobriu o que se passava uma vez que o controlo desses documentos era feito por ele mesmo.

Terá sido há cerca de um ano que o banco detectou uma irregularidade relacionada com estes movimentos. O ex-gerente foi interpelado pelos responsáveis da instituição bancária que abandonou então após ser descoberto tendo começado a explocar um negócio próprio cuja natureza a PJ não revelou. A Judiciária começou mais tarde a investigar o caso na sequência de uma queixa apresentada pelo banco.  

“O suspeito, ao longo dos últimos anos e aproveitando as facilidades resultantes da não verificação da autenticidade dos documentos apresentados, que o próprio, em função da sua posição hierárquica, validava, efectuou movimentos nas contas de vários clientes, tendo, assim, obtido, em proveito próprio, um montante superior a 600 mil euros”, acrescenta a PJ.