Pela primeira vez, Cannes tem dois presidentes - os irmãos Coen

24 anos depois da Palma de Ouro, Joel e Ethan Coen presidem ao júri da 64.ª edição do Festival de Cannes.

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Ethan e Joel Coen Max Morse/REUTERS

No comunicado lançado esta manhã pelo festival, sabe-se não só do agrado dos irmãos Coen pela escolha, mas também do plano de celebração dos 120 anos da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière na 68.ª edição de Cannes. É nesse reconhecimento do “trabalho de todos os ‘irmãos do cinema’ que, desde Louis e Auguste Lumière, enriqueceram a sua história” que se inscreve a escolha dos cineastas norte-americanos que trabalham em dueto. E Cannes lembra-os, dos Coen em 1991 aos Dardenne em 1998 (Rosetta) e 2005 (L'enfant), passando por Paolo e Vittorio Taviani em 1977 (Padre Padrone).

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No comunicado lançado esta manhã pelo festival, sabe-se não só do agrado dos irmãos Coen pela escolha, mas também do plano de celebração dos 120 anos da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière na 68.ª edição de Cannes. É nesse reconhecimento do “trabalho de todos os ‘irmãos do cinema’ que, desde Louis e Auguste Lumière, enriqueceram a sua história” que se inscreve a escolha dos cineastas norte-americanos que trabalham em dueto. E Cannes lembra-os, dos Coen em 1991 aos Dardenne em 1998 (Rosetta) e 2005 (L'enfant), passando por Paolo e Vittorio Taviani em 1977 (Padre Padrone).

Joel e Ethan Coen trabalham sempre em conjunto, apesar de as suas primeiras obras os distinguirem – Ethan é o produtor, Joel o realizador. Mas com o avançar de uma carreira começada na década de 1980, os norte-americanos passaram a responsabilizar-se mutuamente pelas diferentes funções, ou seja creditam-se em dupla por todo o trabalho autoral de escrita, realização, produção e montagem.

Os irmãos Coen são presenças frequentes na Croisette, à qual já levaram nove filmes na sua carreira – começaram em Cannes com Arizona Junior em 1987, o segundo filme dos irmãos que se estrearam nas longas-metragens com Sangue por Sangue (Blood Simple, no original), e continuaram com os premiados Barton Fink (1991) e Fargo (1996). Estarão agora em Cannes 19 anos depois do prémio de Melhor Realizador por Fargo (que repetiriam em 2001 com O Barbeiro) e apenas dois anos após o Grande Prémio de A Propósito de Llewyn Davis. Pelo meio viajaram até França para integrar a selecção oficial do festival com O Grande Salto (1994), Irmão, Onde Estás? (2000, que o festival destaca por ter sido o primeiro grande papel de comédia de George Clooney), O Quinteto da Morte (2004) e Este País não É para Velhos (2007).   


“O seu estilo atravessa diversos géneros muito variados que questionam todos os mitos da cultura americana”, classifica a equipa directiva do festival no mesmo comunicado desta terça-feira. A nota detalha que os Coen falaram – em uníssono, presume-se – a partir das filmagens do seu mais recente projecto, a comédia Hail, Caesar!, que conta com alguns dos seus colaboradores do costume, como George Clooney ou Josh Brolin.

Em 1994, o festival teve também um júri de duas figuras - mas em dois cargos distintos. Clint Eastwood como presidente e Catherine Deneuve como vice-presidente do júri que daria a Palma a Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.

O festival, que decorre de 13 a 24 de Maio, ainda não tem delineada a sua competição e restantes membros do júri – só serão conhecidos em Abril.

Em 2014, o júri de Cannes foi presidido pela neo-zelandesa Jane Campion, a única realizadora com uma Palma de Ouro. A Palma do ano passado foi para o turco Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan.