Se querem as creches, tenham mais filhos

A taxa de natalidade cai na Dinamarca e os políticos ameaçam fechar as creches e as escolas com poucas crianças. Os habitantes de uma vila comprometeram-se a fazer mais sexo.

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Conta o jornal britânico The Guardian que o conselho municipal tentou promover encontros online para "pessoas prontas para ter bebés", encomendou campanhas publicitárias a pedir às pessoas para terem filhos e ofereceu prémios a quem aparecesse com um teste de gravidez positivo. Medidas desesperadas que não obtiveram resultados. Agora, porém, a situação pode mudar porque a população fez um pacto com o conselho municipal, comprometendo-se a fazer mais sexo, na tentativa de procriar e aumentar substancialmente o número de crianças da terra nos próximos anos.

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Conta o jornal britânico The Guardian que o conselho municipal tentou promover encontros online para "pessoas prontas para ter bebés", encomendou campanhas publicitárias a pedir às pessoas para terem filhos e ofereceu prémios a quem aparecesse com um teste de gravidez positivo. Medidas desesperadas que não obtiveram resultados. Agora, porém, a situação pode mudar porque a população fez um pacto com o conselho municipal, comprometendo-se a fazer mais sexo, na tentativa de procriar e aumentar substancialmente o número de crianças da terra nos próximos anos.

"Por agora, salvámos as escolas e as creches", disse ao Guardian o presidente do conselho municipal, Lars Sloth, explicando que ele já fez a parte dele — tem três filhos — e que espera que os concidadãos (14 mil) façam agora o que lhes compete.

A Dinamarca tem uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa, 1,7 filhos por família. A de Thisted é ainda menor: 1,6 filhos. Além de os habitantes em idade de procriar não quererem ter filhos, ou mais filhos, aqui, como em tantas outras vilas dinamarqueses, assiste-se à fuga dos jovens.

"Eles partem para a faculdade e não voltam depois de completarem os estudos", explicou Sloth.

Confrontados com o encerramento das escolas e centros de apoio às crianças, as autoridades decidiram desafiar os habitantes. "Fizemos uma reunião e perguntámos o que podíamos fazer para manter os serviços abertos quando nascem tão poucos bebés. Um dos cidadãos propôs este ‘negócio’". "[O compromisso de mais sexo] é uma forma pouco habitual de fazer as coisas", admite Sloth, "mas tínhamos que fazer alguma coisa para manter a nossa comunidade e para ter um mínimo de crianças na comunidade".

Porque as duas coisas estão ligadas — com a partida dos jovens e a fraca taxa de natalidade, Thisted corre o risco de, no futuro, ser uma vila deserta. "Hoje em dia os jovens preferem a cidade. Thisted é linda, mas está quase vazia. A verdade é que aqui não se passa grande coisa", disse Sloth.